Economia

PPE aposta na construção europeia para sair da crise

O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, pediu o cumprimento dos acordos alcançados no Conselho Europeu em junho e avanços rumo à união bancária e fiscal


	Angela Merkel: "Se não conseguimos promover o crescimento econômico em nossos países não poderemos manter este nível de bem-estar tão invejável", disse a chanceler alemã
 (Johannes Eisele/AFP)

Angela Merkel: "Se não conseguimos promover o crescimento econômico em nossos países não poderemos manter este nível de bem-estar tão invejável", disse a chanceler alemã (Johannes Eisele/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2012 às 20h12.

Bucareste - Os líderes do Partido Popular Europeu (PPE) reafirmaram nesta quarta-feira em seu congresso em Bucareste a aposta pela construção europeia para sair da crise, ao mesmo tempo em que pediram a proteção da economia social na véspera do Conselho Europeu.

"Se não conseguimos promover o crescimento econômico em nossos países não poderemos manter este nível de bem-estar tão invejável", disse a chanceler alemã, Angela Merkel, que lembrou que a União Europeia tem menos de 9% dos habitantes do planeta e 50% dos gastos sociais do mundo.

Em um discurso menos abstrato que o de Merkel, o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, pediu o cumprimento dos acordos alcançados no Conselho Europeu em junho e avanços rumo à união bancária e fiscal e a um supervisor único, segundo o que ficou acordado naquela reunião.

"Qualquer sinal de fraqueza, de desunião ou de dúvida põe perigosamente em risco não só a nossa credibilidade, mas a nossa estabilidade", disse Rajoy.

Antes de pronunciar seu discurso, Rajoy se reuniu com Merkel, cujo Executivo não ocultou suas reservas diante da velocidade com que Espanha e Itália querem adotar a união bancária.

Fontes presentes no encontro confirmaram que Merkel tem mais ressalvas do que Rajoy com o documento para o avanço da união bancária, fiscal, econômica e política da UE, preparado pelos líderes das principais instituições europeias.

Um dos discursos mais esperados foi o do primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, que reivindicou que as sociedades não sejam "tratadas como máquinas" na hora de aplicar políticas de austeridade.


Samaras pediu que se "mantenha a esperança" dos cidadãos, algo fundamental para evitar o "caos" social vivido por países como a Grécia.

Outro nome importante no Congresso é o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

"Devemos tomar decisões em diversos campos: fortalecer a disciplina orçamentária, adotar o mecanismo de supervisão dos bancos e aprovar o orçamento para os próximos sete anos", declarou Barroso, na mesma linha de Rajoy.

Barroso garantiu que a Comissão trabalha em vários projetos para evitar "o crescimento alimentado por créditos artificiais e por gastos públicos irresponsáveis", além de sugerir a criação de um "imposto para as transações financeiras" como uma das possíveis medidas.

O congresso de hoje e amanhã servirá também para reeleger o presidente do PPE, o belga Wilfrid Martens, e o secretário-geral, o espanhol Antonio López-Istúriz, à frente da direita europeia.

Os dirigentes terão a tarefa de preparar o programa eleitoral para as eleições do Parlamento Europeu em 2014 e de nomear um candidato para presidir a Comissão Europeia.

A crise política na Romênia pela tentativa frustrada do Parlamento de destituir o presidente Traian Basescu, fez soar os alarmes em Bruxelas e voltou a chamar a atenção de alguns líderes do continente.

"Em toda a Europa prevalece à democracia, os princípios democráticos devem ser respeitados e nós garantiremos que isto continue acontecendo", disse Merkel em referência ao processo de impeachment de Basescu, que gerou duras críticas ao primeiro-ministro romeno, Victor Ponta, em várias capitais europeias. 

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