Poucos produtores de trigo aproveitam preço recorde
Geadas, em julho, reduziram o potencial produtivo em 33% no Paraná, para 1,96 milhão de toneladas, afetando também a qualidade do cereal
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2013 às 15h47.
São Paulo - Poucos produtores que já colheram a safra de trigo no Paraná conseguiram aproveitar os preços recordes do produto, uma vez que praticamente não há cereal de qualidade no Estado, em função da quebra de safra pelas geadas e chuvas intensas, afirmou em relatório nesta segunda-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), do governo paranaense.
Geadas em julho reduziram o potencial produtivo em 33% no Paraná, para 1,96 milhão de toneladas, afetando também a qualidade do cereal, que o Brasil importa em grandes volumes.
Novas geadas em agosto também prometem reduzir ainda mais o volume colhido, segundo avaliações preliminares, o que deverá fazer o Paraná perder para o Rio Grande do Sul o posto de maior produtor de trigo em 2013.
Normalmente, os dois Estados juntos produzem cerca de 90% do trigo do Brasil. Como o volume não é suficiente, o país importa pouco mais 60% de seu consumo interno de mais de 10 milhões de toneladas ao ano.
"Poucos produtores paranaenses têm conseguido aproveitar a alta dos preços, já que no momento a maior oferta é de triguilho (trigo de baixa qualidade), que vale pouco mais de um quarto do preço do cereal com PH 78", afirmou o coordenador da Divisão de Estatística do Deral, Carlos Hugo Godinho, em nota.
A média de preços recebidos pelo produtor subiu 8% no último mês, superando em 49% o valor do mesmo período do ano passado, chegando a 45,45 reais por saca de 60 kg.
"Este valor é recorde nominal (sem considerar a inflação) no Estado, bem como o preço da farinha especial, cotada a 95,76 reais por saca de 50 kg", disse o Deral em boletim.
Além do problema das geadas, o dólar colaborou com os ganhos de preços, já que uma das referências do mercado é o produto importado dos EUA e Canadá.
NEGÓCIOS PARADOS
Com as incertezas sobre a qualidade do trigo, os negócios antecipados também estão parados.
"Também em função das dúvidas acerca da qualidade, as negociações futuras se mantiveram próximas às 150 mil toneladas estimadas em julho", acrescentou Godinho.
Segundo o Deral, o Paraná colheu apenas 40 mil toneladas da produção estadual, estimada em 1,96 milhão de toneladas --ainda sem considerar os efeitos das geadas de agosto.
"Estes primeiros lotes foram amplamente prejudicados pelas chuvas e geadas, sendo em sua maioria trigos de baixo padrão e triguilho." A previsão atual, de 1,96 milhão de toneladas, que considerou as geadas de julho, provavelmente será reavaliada, indicou o Deral.
"No dia 28 de agosto registraram-se novamente temperaturas negativas, que atingiram uma área de aproximadamente 250 mil hectares, descontados os atingidos pelos eventos de final de julho. Os problemas devem ser sentidos especialmente nas regiões Sul e Sudoeste".
Godinho afirmou ainda que, apesar das perdas, há uma área de 188 mil hectares que não foi prejudicada severamente pelos efeitos climáticos, por estar em desenvolvimento vegetativo, menos vulnerável ao frio.
A área plantada total no Estado é de 940 mil hectares, segundo o Ministério da Agricultura.
Uma seca em algumas regiões do Paraná também é motivo agora preocupações relacionadas ao trigo.
"O longo período de estiagem (41 dias) está prejudicando ainda mais as condições das lavouras de trigo, não permitindo o ganho de peso das espigas, o que deverá diminuir ainda mais a produtividade das áreas não afetadas pelas geadas", disse Adriano Nunomura, do Deral em Apucarana, no norte do Estado, em boletim publicado pela entidade.
São Paulo - Poucos produtores que já colheram a safra de trigo no Paraná conseguiram aproveitar os preços recordes do produto, uma vez que praticamente não há cereal de qualidade no Estado, em função da quebra de safra pelas geadas e chuvas intensas, afirmou em relatório nesta segunda-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), do governo paranaense.
Geadas em julho reduziram o potencial produtivo em 33% no Paraná, para 1,96 milhão de toneladas, afetando também a qualidade do cereal, que o Brasil importa em grandes volumes.
Novas geadas em agosto também prometem reduzir ainda mais o volume colhido, segundo avaliações preliminares, o que deverá fazer o Paraná perder para o Rio Grande do Sul o posto de maior produtor de trigo em 2013.
Normalmente, os dois Estados juntos produzem cerca de 90% do trigo do Brasil. Como o volume não é suficiente, o país importa pouco mais 60% de seu consumo interno de mais de 10 milhões de toneladas ao ano.
"Poucos produtores paranaenses têm conseguido aproveitar a alta dos preços, já que no momento a maior oferta é de triguilho (trigo de baixa qualidade), que vale pouco mais de um quarto do preço do cereal com PH 78", afirmou o coordenador da Divisão de Estatística do Deral, Carlos Hugo Godinho, em nota.
A média de preços recebidos pelo produtor subiu 8% no último mês, superando em 49% o valor do mesmo período do ano passado, chegando a 45,45 reais por saca de 60 kg.
"Este valor é recorde nominal (sem considerar a inflação) no Estado, bem como o preço da farinha especial, cotada a 95,76 reais por saca de 50 kg", disse o Deral em boletim.
Além do problema das geadas, o dólar colaborou com os ganhos de preços, já que uma das referências do mercado é o produto importado dos EUA e Canadá.
NEGÓCIOS PARADOS
Com as incertezas sobre a qualidade do trigo, os negócios antecipados também estão parados.
"Também em função das dúvidas acerca da qualidade, as negociações futuras se mantiveram próximas às 150 mil toneladas estimadas em julho", acrescentou Godinho.
Segundo o Deral, o Paraná colheu apenas 40 mil toneladas da produção estadual, estimada em 1,96 milhão de toneladas --ainda sem considerar os efeitos das geadas de agosto.
"Estes primeiros lotes foram amplamente prejudicados pelas chuvas e geadas, sendo em sua maioria trigos de baixo padrão e triguilho." A previsão atual, de 1,96 milhão de toneladas, que considerou as geadas de julho, provavelmente será reavaliada, indicou o Deral.
"No dia 28 de agosto registraram-se novamente temperaturas negativas, que atingiram uma área de aproximadamente 250 mil hectares, descontados os atingidos pelos eventos de final de julho. Os problemas devem ser sentidos especialmente nas regiões Sul e Sudoeste".
Godinho afirmou ainda que, apesar das perdas, há uma área de 188 mil hectares que não foi prejudicada severamente pelos efeitos climáticos, por estar em desenvolvimento vegetativo, menos vulnerável ao frio.
A área plantada total no Estado é de 940 mil hectares, segundo o Ministério da Agricultura.
Uma seca em algumas regiões do Paraná também é motivo agora preocupações relacionadas ao trigo.
"O longo período de estiagem (41 dias) está prejudicando ainda mais as condições das lavouras de trigo, não permitindo o ganho de peso das espigas, o que deverá diminuir ainda mais a produtividade das áreas não afetadas pelas geadas", disse Adriano Nunomura, do Deral em Apucarana, no norte do Estado, em boletim publicado pela entidade.