Por que reclamar dos impostos? Na Suécia são maiores!
Desde 1970 até 2015, praticamente dobrou o quanto precisamos trabalhar no Brasil para os governos funcionarem
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2015 às 17h01.
São Paulo - Imagine só: trabalhar 151 dias de um ano inteiro só para pagar impostos . Seria como ir para o trabalho do 1.º dia de janeiro até o último de maio, sem descanso nem salário.
Na média e na prática, isso terá acontecido com todo pagador brasileiro de tributos quando chegar o dia 31 de dezembro de 2015.
Esse cenário ainda deve piorar. Caso se repita a tendência dos últimos anos, a quantidade anual de dias trabalhados para bancar gastos públicos aumentará.
Na década de 1970, essa média era de 76 dias ao ano. Na década de 1980, avançou para 80 dias. Mais 10 anos depois, nos anos 90, eram necessários 102 dias de trabalho para pagar impostos para prefeituras, estados e governo federal.
Resumindo: desde 1970 até 2015, praticamente dobrou o quanto precisamos trabalhar no Brasil para os governos funcionarem.
Maiores na Suécia ? Como assim? O quadro pintado acima já deve ser seu velho conhecido. Mas dá para dizer se ele pesa muito ou pouco no seu bolso? Para saber, precisamos comparar países.
Em todo o mundo, ocupamos o 8.º lugar entre os maiores pagadores de tributos. Cidadãos de Dinamarca, Suécia e Noruega, por exemplo, pagam mais impostos que os brasileiros.
Sim. O salário pago nesses países europeus é mais taxado que o nosso (além de maior).
— O quê!? Quer dizer que não pagamos tantos impostos assim!?
Espera, calma lá. Ninguém aqui disse isso. Por acaso os serviços públicos brasileiros têm qualidade equivalente ao seu gasto com impostos?
Pois bem. As suas reclamações sobre impostos parecem justificáveis. E os dinamarqueses, suecos e noruegueses, provavelmente, estão mais satisfeitos que você.
Americanos, aliás, também não devem ser lá muito reclamões. A cada peça de roupa vendida no Brasil, por exemplo, a média do valor pago em impostos é de 34%. Nos Estados Unidos, de 8%.
E o que podemos concluir com essa última comparação?
Duas coisas: primeiro, que pagamos mais impostos que os americanos (o que é mais óbvio); e, segundo, que a qualidade de vida deles não deve depender tanto assim dos serviços prestados pelo governo (o que não está tão explícito nesses números).
Mas a discussão sobre impostos não pode tratar só do bem-estar pessoal de cada contribuinte. O nível tributário alcançado aqui é um grave obstáculo para o bom funcionamento da economia, de modo geral.
Para ficarmos em um só exemplo: ao lojista, parece baita negócio oferecer ao consumidor uma série de produtos importados. Mas o que acontece quando o produto chega ao país? Paga-se uma taxa de importação na casa dos 35%.
Todo o desenvolvimento empresarial do Brasil é penalizado pelo aumento progressivo de impostos. De um lado, ele impede a instalação de novas empresas por aqui. De outro, é a chave que fecha portas de muitas das companhias que se aventuram nestas praias tupiniquins.
São Paulo - Imagine só: trabalhar 151 dias de um ano inteiro só para pagar impostos . Seria como ir para o trabalho do 1.º dia de janeiro até o último de maio, sem descanso nem salário.
Na média e na prática, isso terá acontecido com todo pagador brasileiro de tributos quando chegar o dia 31 de dezembro de 2015.
Esse cenário ainda deve piorar. Caso se repita a tendência dos últimos anos, a quantidade anual de dias trabalhados para bancar gastos públicos aumentará.
Na década de 1970, essa média era de 76 dias ao ano. Na década de 1980, avançou para 80 dias. Mais 10 anos depois, nos anos 90, eram necessários 102 dias de trabalho para pagar impostos para prefeituras, estados e governo federal.
Resumindo: desde 1970 até 2015, praticamente dobrou o quanto precisamos trabalhar no Brasil para os governos funcionarem.
Maiores na Suécia ? Como assim? O quadro pintado acima já deve ser seu velho conhecido. Mas dá para dizer se ele pesa muito ou pouco no seu bolso? Para saber, precisamos comparar países.
Em todo o mundo, ocupamos o 8.º lugar entre os maiores pagadores de tributos. Cidadãos de Dinamarca, Suécia e Noruega, por exemplo, pagam mais impostos que os brasileiros.
Sim. O salário pago nesses países europeus é mais taxado que o nosso (além de maior).
— O quê!? Quer dizer que não pagamos tantos impostos assim!?
Espera, calma lá. Ninguém aqui disse isso. Por acaso os serviços públicos brasileiros têm qualidade equivalente ao seu gasto com impostos?
Pois bem. As suas reclamações sobre impostos parecem justificáveis. E os dinamarqueses, suecos e noruegueses, provavelmente, estão mais satisfeitos que você.
Americanos, aliás, também não devem ser lá muito reclamões. A cada peça de roupa vendida no Brasil, por exemplo, a média do valor pago em impostos é de 34%. Nos Estados Unidos, de 8%.
E o que podemos concluir com essa última comparação?
Duas coisas: primeiro, que pagamos mais impostos que os americanos (o que é mais óbvio); e, segundo, que a qualidade de vida deles não deve depender tanto assim dos serviços prestados pelo governo (o que não está tão explícito nesses números).
Mas a discussão sobre impostos não pode tratar só do bem-estar pessoal de cada contribuinte. O nível tributário alcançado aqui é um grave obstáculo para o bom funcionamento da economia, de modo geral.
Para ficarmos em um só exemplo: ao lojista, parece baita negócio oferecer ao consumidor uma série de produtos importados. Mas o que acontece quando o produto chega ao país? Paga-se uma taxa de importação na casa dos 35%.
Todo o desenvolvimento empresarial do Brasil é penalizado pelo aumento progressivo de impostos. De um lado, ele impede a instalação de novas empresas por aqui. De outro, é a chave que fecha portas de muitas das companhias que se aventuram nestas praias tupiniquins.