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Política da Petrobras elevou derivados de petróleo, diz IBGE

Os derivados de petróleo e biocombustíveis saltaram 18,69% na porta de fábrica no ano passado, segundo os dados do IPP

Petrobras: os aumentos mais relevantes ocorreram no óleo diesel e óleos combustíveis (Mario Tama/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 16h19.

Rio - A nova política de reajuste de preços da Petrobras resultou na maior pressão para a inflação da indústria no ano de 2017. Os derivados de petróleo e biocombustíveis saltaram 18,69% na porta de fábrica no ano passado, segundo os dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 30.

Os aumentos mais relevantes ocorreram no óleo diesel e óleos combustíveis, gás liquefeito de petróleo, gasolina automotiva e naftas.

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Como resultado, a atividade de refino de petróleo e produtos de álcool respondeu por 1,88 ponto porcentual da taxa de 4,18% registrada pelo IPP no ano de 2017.

"Os derivados do petróleo estão acompanhando o que está acontecendo com o óleo bruto de petróleo. O Brasil está seguindo os preços internacionais", explicou Manuel Campos, analista do IPP na Coordenação de Indústria do IBGE.

Outros segmentos

Além dos aumentos nas refinarias, houve pressão também em 2017 dos segmentos de metalurgia (13,41%), papel e celulose (11,66%) e indústrias extrativas (11,54%). Segundo Campos, as cotações internacionais influenciaram o resultado, uma vez que o câmbio manteve-se comportado. "O dólar teve queda de 1,8% em relação ao real este ano", citou o pesquisador.

As atividades de metalurgia (0,99 ponto porcentual) e de outros produtos químicos (0,85 ponto porcentual) exerceram as maiores pressões sobre a inflação da indústria em 2017, atrás apenas do impacto do segmento de refino.

Indústria alimentícia

Por outro lado, a indústria alimentícia impediu que o IPP fosse ainda mais elevado. Os preços da atividade de alimentos recuaram 7,29%, o equivalente a uma contribuição de -1,56 ponto porcentual.

"Os alimentos encerraram 2017 com queda de 7,3%. É a primeira vez que isso ocorre em sete anos de série histórica. E o setor alimentar pesa quase 20% (no cálculo do IPP), é o mais pesado de todos", ressaltou Campos.

"Basicamente é efeito safra. Houve uma safra mundial muito boa também, não só no Brasil, especialmente de soja, de arroz", completou.

Entre as grandes categorias econômicas, houve aumento de 4,26% em bens de capital no ano de 2017 (com influência de 0,36 ponto porcentual sobre o IPP do ano); elevação de 6,53% em bens intermediários (3,64 pontos porcentuais de contribuição); e alta de 0,51% em bens de consumo (0,18 ponto porcentual de influência).

Dentro de bens de consumo, o resultado foi influenciado em 0,36 ponto porcentual pelos bens de consumo duráveis e -0,17 ponto porcentual pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

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