Economia

Plano da Votorantim prevê aumento da auto-suficiência em energia e mais receitas em dólares

O grupo Votorantim pretende investir 2 bilhões de reais em cinco novos projetos de usinas hidrelétricas até 2012. Com mais geração própria, o conglomerado controlado pela família Ermírio de Moraes deve ampliar de 60% para 70% o grau de auto-suficiência no abastecimento energético de suas fábricas ao mesmo tempo em que toca a expansão das […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h52.

O grupo Votorantim pretende investir 2 bilhões de reais em cinco novos projetos de usinas hidrelétricas até 2012. Com mais geração própria, o conglomerado controlado pela família Ermírio de Moraes deve ampliar de 60% para 70% o grau de auto-suficiência no abastecimento energético de suas fábricas ao mesmo tempo em que toca a expansão das operações nas áreas de cimento, metais, celulose e papel e suco de laranja. Essas operações receberão o restante dos 25,7 bilhões de reais anunciados como total de investimentos do grupo nos próximos quatro anos. "A energia é um insumo estratégico dos nossos negócios e precisamos manter seu custo em níveis competitivos", diz José Roberto Ermírio de Moares, presidente da Votorantim Industrial e membro do conselho de administração do grupo. Com mais auto-suficiência, a Votorantim também diminuirá sua vulnerabilidade diante do risco de um racionamento de energia caso o governo não consiga tocar os grandes projetos do setor com a rapidez necessária para acompanhar a aceleração do crescimento econômico do país.

Mais metais e mais dólares - O distribuição dos investimentos da Votorantim reflete os efeitos do espetacular superciclo de commodities metálicas que o mundo vem experimentando, alimentado fundamentalmente pelo crescimento da China. Com a perspectiva de a demanda por seus produtos, bem como os preços, permanecer em alta nos próximos anos, o grupo resolveu apostar mais na produção de metais. Por isso, quase a metade do pacote total, cerca de 11 bilhões de reais, se destinarão a projetos como a expansão da extração de níquel em Minas Gerais e Goiás e a implantação de uma usina de aços longos em Resende (RJ). O grupo também almeja alcançar a liderança na América do Sul no mercado de alumínio integrado e na produção de zinco nas Américas.

Isso deve mudar o balanço das receitas da Votorantim Industrial. Cinco anos atrás, metade do faturamento do conglomerado e também metade da geração de caixa provinham do cimento. Embora a produção desse insumo também deva crescer bastante, com investimentos de 2,1 bilhões de reais em dez novas fábricas, para atender ao crescimento da construção e obras de infra-estrutura, os metais devem aumentar sua contribuição relativa no bolo de receitas. Atualmente, o cimento responde por cerca de 30% do faturamento, enquanto os metais já estão na faixa de 50%. O restante vem de papel e celulose e outros itens.

O grupo Votorantim também caminha para obter mais receitas em dólares, contando com exportações e receitas de filiais no exterior. A previsão para 2008 é ter 42% do faturamento gerado em dólares. "Nossa meta é alcançar metade das receitas em dólares, sendo 30% com exportação e 20% com operações em outros países", diz Ermírio de Moraes.

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