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Plano britânico para o Brexit? Não há plano, diz documento vazado

O documento, preparado por um consultor para o departamento de governo, lança uma luz caótica sobre o time de alto escalão britânico

Brexit: posição deve ser adiada para seis meses (Reuters/Toru Hanai/Reuters)
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Reuters

Publicado em 15 de novembro de 2016 às 10h44.

Última atualização em 15 de novembro de 2016 às 13h22.

Londres - O Reino Unido não tem uma estratégia geral de deixar a União Europeia e divisões dentro do gabinete da primeira-ministra Theresa May podem adiar uma clara posição de negociação por seis meses, de acordo com um memorando para o governo que foi vazado para o jornal The Times.

O documento, preparado por um consultor para o departamento de governo que apoia a primeira-ministra e seu gabinete, lança uma luz caótica sobre o time de alto escalão britânico: May está tentando controlar as principais questões do Brexit sozinha enquanto seus ministros sêniors estão divididos e o serviço civil está em tumulto.

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"A primeira-ministra está rapidamente adquirindo a reputação de tomar as decisões e os detalhes para fechar os negócios ela mesma, o que é algo improvável de se sustentar", de acordo com o documento, datado em 7 de novembro e publicado pelo The Times.

"Podem passar 6 meses até que haja uma visão sobre as prioridades/estratégia de negociação à medida em que a situação política no Reino Unido e na União Europeia evolui", disse o documento, entitulado "Atualização do Brexit".

Um porta-voz do Downing Street, residência oficial e escritório da primeira-ministra em Londres, afirmou não ter reconhecido as afirmações feitas no documento, mas não negou explicitamente a autenticidade do mesmo. A primeira-ministra está focada em fazer do Brexit um sucesso, disse o porta-voz.

Tal retrato desordeiro do governo, no entanto, reforça tanto a extensão do tumulto desencadeado pelo voto em 23 de junho de deixar a UE quanto as incertezas à frente enquanto May tenta levar o Reino Unido para fora do maior bloco comercial do mundo.

O documento afirmava ainda que nenhuma estratégia comum surgiu, parte como resultado de divisões dentro do governo e parte devido à situação política em andamento no resto da UE, onde França e Alemanha enfrentam grandes eleições em 2017.

O gabinete de Theresa May está dividido, com o Secretário para Assuntos Externos Boris Johnson, o Ministro do Comércio Liam Fox e o Ministro do Brexit David Davis - que fizeram campanha para deixar a UE - de um lado e o Ministro das Finanças Philip Hammond e o Secretário de Negócios Greg Clark - que queriam ficar - de outro, de acordo com o memorando.

A prioridade de May, ainda de acordo com o documento, é a sobrevivência e manutenção do seu Partido Conservador unido, ao invés de priorizar as considerações econômicas e comerciais.

 

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