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'Pibinho' é o da União Europeia, diz Mantega

Por Adriana Fernandes e Fabio Graner Brasília - Apesar do resultado mais fraco que o esperado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não demonstrou grande preocupação com os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele se deu até mesmo ao luxo de brincar com o […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Por Adriana Fernandes e Fabio Graner

Brasília - Apesar do resultado mais fraco que o esperado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não demonstrou grande preocupação com os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele se deu até mesmo ao luxo de brincar com o resultado, logo que chegou para a entrevista em que comentaria o número referente ao terceiro trimestre. Provocado pelos jornalistas, Mantega foi logo falando: "Tudo bem? Aqui está tudo bem. E aí?". Diante da resposta dos repórteres de que estava "mais ou menos por causa do Pibinho", Mantega devolveu a provocação: "Pibinho é o da União Europeia".

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O ministro provocou risos aos presentes e acrescentou: "União Europeia, positivo 0,4%. Esse é que é o Pibinho! Da Espanha, Alemanha, Estados Unidos... esses sim. Reino Unido, negativo". Na entrevista, o ministro procurou mostrar que mais importante que o número é a trajetória de qualidade do crescimento, com o aumento dos investimentos. Ele não se intimidou pelo fato de ontem ter previsto um crescimento muito maior que o divulgado pelo IBGE. Pela manhã, o instituto informou que o PIB subiu 1,3% no terceiro trimestre em relação ao segundo.

Se por um lado o PIB mais fraco decepcionou, por outro o resultado tende a reforçar a posição do Ministério da Fazenda de que não haverá necessidade de o Banco Central (BC) elevar a Selic (a taxa básica de juros da economia) em 2010. Isso foi evidenciado com a declaração de Mantega de que a inflação não é uma preocupação. Segundo ele, Comitê de Política Monetária (Copom) só tem motivos para subir os juros quando a inflação ultrapassar a meta de 4,5% ao ano, o que não deve ocorrer em 2009 e 2010.

Gastos do governo

O ministro ressaltou ainda que o crescimento do consumo do governo no terceiro trimestre ficou abaixo da expansão geral do Produto Interno Bruto (PIB), que foi de 1,3% em relação ao segundo trimestre. "Por isso, não procedem as análises de que o governo está gastando muito", disse. Mantega lembrou que a indústria está puxando o crescimento da economia e que houve um aumento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), considerado o número mais expressivo do terceiro trimestre. "A qualidade do crescimento está muito boa. Nós queremos crescimento com investimento e atividade produtiva", afirmou.

Segundo informou hoje o IBGE, a FBCF subiu 6,5% no terceiro trimestre deste ano, em comparação com o segundo trimestre. Mantega disse que os dados mostram como foi importante o governo ter dado continuidade aos programas de incentivo à economia.

Além disso, o ministro afirmou que o fato de os números terem vindo abaixo das previsões está ligado à mudança na série do IBGE. Ele lembrou que a mediana do mercado para a evolução do PIB era de 1,95%. "Ninguém ia imaginar que o IBGE iria mudar toda a série", disse.

Hoje, o IBGE divulgou diversas revisões de resultados trimestrais. Segundo o instituto, o PIB do segundo trimestre de 2009 registrou queda de 1,6% ante igual período de 2008, e não contração de 1,2%, como divulgado anteriormente. Houve revisão também no resultado do primeiro trimestre de 2009 ante igual período de 2008, de queda de 1,8% apresentados anteriormente para recuo de 2,1%.

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