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Economia brasileira cresce 0,4% no 1º tri em relação ao anterior, diz IBGE

Número veio dentro das expectativas, mas já "nasce velho" diante de novas turbulências. Consumo das famílias avançou 2,8%

Serviços cresceram apenas 0,1% em relação ao trimestre anterior (Mario Tama/Getty Images)

João Pedro Caleiro

Publicado em 30 de maio de 2018 às 09h00.

Última atualização em 30 de maio de 2018 às 13h38.

São Paulo - O Produto Interno Bruto ( PIB ) do Brasil cresceu 0,4% no 1º trimestre de 2018 em relação ao trimestre anterior, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)nesta quarta-feira (30).

Foi a quinta alta seguida nessa medida após oito quedas consecutivas (a recessão de 2015 e 2016). Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, a alta foi de 1,2%.

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Os números ficaram dentro da expectativa de analistas ouvidos pela Reuters, que era de 0,4% de crescimento sobre o trimestre anterior e 1,3% na comparação anual.

"Apesar de na margem ser positivo, há sinalização de enfraquecimento do interanual. E como tem sido infelizmente recorrente, é um dado que se torna automaticamente velho. Por conta de tudo que aconteceu em maio, o 2º trimestre dará um tom de desaceleração e o ano será ruim em relação ao que se imaginava a princípio", diz Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.

A previsão da MB para o crescimento fechado do ano caiu de 2,5% para 1,9% com os efeitos da greve dos caminhoneiros.

No Boletim Focus da segunda-feira (28),já incorporando alguns impactos, a previsão do mercado financeiro foi de 2,5% para 2,37%.

Setores

A Agropecuária subiu 1,4% em relação ao trimestre anterior, mas caiu 2,6% em relação ao mesmo período do ano passado (quando cresceu a dois dígitos).

Indústria e Serviços cresceram apenas 0,1% em relação ao trimestre anterior, mas 1,6% e 1,5%, respectivamente, na base anual.

A Indústria de Transformação foi um destaque com alta anual de 4%, puxado pela "produção de bebidas; móveis; máquinas e equipamentos; papel e celulose; metalurgia; veículos; equipamentos de informática", segundo o IBGE.

Já um dos pontos fracos da Indústria foi a Construção Civil, um dos setores mais afetados pela crise, que caiu 2,2% na base anual.

Também houve queda anual de 1,9% no setor de Extração Mineral, com impactotanto da extração de petróleo e gás natural como de minérios ferrosos.

Consumo e investimento

O Consumo das Famílias, responsável por cerca de 70% do PIB, teve alta de 2,8% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Foi a quarta alta seguida nessa base de comparação, resultado "dos indicadores de crédito para pessoa física, bem como das taxas de inflação e de juros mais baixas", diz o comunicado.

O investimento, uma das primeiras vítimas da crise, avançou 0,6% na comparação trimestral e 3,5% na comparação anual.

Foi a segunda alta seguida nessa base depois de quatorze quedas, "justificado pelo aumento da importação e produção de bens de capital, já que a construção manteve desempenho negativo".

A taxa de investimento em relação ao PIB voltou a subir na comparação anual, de 15,5% no 1º trimestre de 2017 para 16% no 1º trimestre de 2018.

A mesma coisa aconteceu com a taxa de poupança, que foi de 15,8% para 16,3% no mesmo período. Já o consumo do governo segue em queda: 0,4% na base trimestral e 0,8% na base anual.

As importações subiram 7,7% enquanto as exportações cresceram 6%.

Período de comparaçãoPIB
1º Tri 2018 / 4º tri 20170,4%
1º Tri 2018 / 1º Tri 20171,2%
Acumulado 4 trimestres / 4 trimestres anteriores1,3%
Valores correntes no ano (R$ bilhões)1.641,10

 

Período de comparaçãoAgropec.IndústriaServiços
1º Tri 2018 / 4º tri 20171,4%0,1%0,1%
1º Tri 2018 / 1º Tri 2017-2,6%1,6%1,5%
Acumulado 4 trimestres / 4 trimestres anteriores6,1%0,6%1,0%
Valores correntes no ano (R$ bilhões)93,9291,71015,0

 

Período de comparaçãoInvestimentoCons. Fam.Cons. Gov.
1º Tri 2018 / 4º tri 20170,6%0,5%-0,4%
1º Tri 2018 / 1º Tri 20173,5%2,8%-0,8%
Acumulado 4 trimestres / 4 trimestres anteriores-0,1%2,1%-0,6%
Valores correntes no ano (R$ bilhões)263,21.046,3305,5

 

Revisão

O Brasil cresceu um pouco mais do que havia sido inicialmente divulgado nos dois últimos trimestres do ano passado, segundo o IBGE. Esse tipo de revisão é praxe.

No quarto trimestre, a alta trimestral do PIB foi revisada: do 0,1% divulgado antes para 0,2%. Já a do terceiro trimestre foi revisada, da mesma forma, de 0,2% para 0,3%.

No primeiro trimestre, a alta foi revisada para baixo: de 1,3% para 1,1%. A taxa do segundo trimestre não sofreu revisões. O balanço do ano fechado de 2017 segue em 1% de crescimento.

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