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PIB cresce pouco no trimestre graças ao endividamento do brasileiro

Queda de 3% no consumo das famílias impediu uma maior expansão econômica, que ficou em 0,3% no trimestre

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h52.

A economia brasileira teve, nos primeiros três meses deste ano, o pior resultado desde o segundo trimestre de 2003. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 0,3% em comparação ao último trimestre de 2004.

Os números, divulgados hoje (31/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a principal barreira à expansão foi o consumo das famílias o grande responsável pela geração de riqueza, com 60% do PIB.

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A economista-chefe do BES Investimentos, Sandra Utsumi, diz que o brasileiro gastou menos no primeiro trimestre em função de uma "ressaca de crédito". "É normal uma expansão ser acompanhada de um período de endividamento. Isso justifica a queda de 0,6% no consumo", diz a economista.

Também houve retração dos investimentos, que contribuem, em média, com 21% do PIB. Nesse caso, a queda foi de 3%, e pode ser reflexo da política de juros altos. Sandra lembra que essa é terceira queda consecutiva dos investimentos, um indício de que o empresário tem evitado se endividar.

O resultado do PIB só não foi pior graças, novamente, às exportações. A venda de produtos brasileiros no mercado internacional cresceu 3,5%. A valorização do real, que poderia causar um impacto negativo nesse número, não chegou a ser percebida nos três primeiros meses do ano.

Expectativas

A economista do BES aposta em uma recuperação no próximo trimestre. "Os dados do segundo trimestre mostram que as exportações continuam em um patamar bem alto, o suficiente para garantir a expansão do PIB", diz Sandra.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2004, a expansão do PIB foi de 2,9%, índice abaixo do previsto pelos bancos para o ano de 2005, que é de 3,5%. De acordo com a economista do BES, fatores como a recuperação da renda real do trabalhador e a queda do desemprego também poderiam ajudar o país a estimular o consumo das famílias e, dessa forma, atingir um crescimento mais vigoroso.

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