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Perspectiva de estabilização e queda da dívida pública é grandes, avalia BBV

O estoque da dívida pública mobiliária federal interna recuou de 674,4 bilhões de reais no mês de julho para 622,79 bilhões de reais no mês de agosto. Neste período, os resgates líquidos de títulos do governo somaram 35,4 bilhões de reais, enquanto o câmbio valorizou 11,85% e foi o maior responsável pelos outros 16,2 bilhões […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h19.

O estoque da dívida pública mobiliária federal interna recuou de 674,4 bilhões de reais no mês de julho para 622,79 bilhões de reais no mês de agosto. Neste período, os resgates líquidos de títulos do governo somaram 35,4 bilhões de reais, enquanto o câmbio valorizou 11,85% e foi o maior responsável pelos outros 16,2 bilhões de reais de redução na dívida em títulos do setor público.

Segundo o BBV Banco, "em linhas gerais, o que se pode dizer dos dados divulgados da dívida pública interna é que a redução previsível do estoque da dívida comprova que, diante de um cenário menos adverso, as condições de estabilização e inclusive queda da dívida são grandes."

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"Além disso, a maior concentração de vencimentos em até um ano é, além de inferior a períodos anteriores, fruto de operações que tiveram o importante benefício de estancar a sangria dos fundos de investimento. Finalmente, o prazo médio da dívida continua bastante extenso, sugerindo que o próximo presidente não terá problemas para administrar a dívida caso se esforce para manter a estabilidade do cenário macroeconômico", afirma o banco em seu relatório diário (leia integra ao lado).

Por causa da alta do dólar e pelo resgate líquido de títulos, a participação de títulos cambiais no estoque da dívida recuou para 24,58% no mês de agosto, contra 28,49% no mês de julho. Mesmo quando se incluem as operações de swap cambial, a participação desses títulos na dívida interna passou de 37,05% para 34,98%. A parcela de títulos pós-fixados ficou em 45,38% enquanto a de pré-fixados foi de 7,73%.

O prazo médio da dívida pública mobiliária interna recuou muito pouco, passando de 32,58 meses em julho para 32,33 meses em agosto, como resultado de uma série de leilões de troca de dívidas vincendas entre 2002 e 2006 por títulos com vencimentos neste e no próximo ano com a finalidade de reduzir a volatilidade das cotas dos fundos. Vale ressaltar que essas operações asseguraram uma importante redução nos saques da indústria de fundos.

Como fruto dessa troca de papéis, especialmente as LFT s 2004 a 2006 por LFT s 2003, e da própria redução do estoque da dívida, a parcela de títulos a vencer em um ano se elevou de 36,6% no mês de julho passado para 40,21% no mês passado. Interessante notar apenas que em dezembro de 1999 e dezembro de 2000 a parcela de dívida vincenda em até um ano era de respectivamente 53,01% e 42,35%, percentuais superiores aos observados no mês passado, ainda que em termos de valor a quantia hoje seja maior.

Além dos dados divulgados ontem, o Banco Central anunciou que não irá rolar a dívida cambial que vence hoje e que as dívidas que vencem nos dias 25/09 e 01/10 serão apenas parcialmente roladas, respectivamente em 50% e 70%. Essa decisão nos parece muito mais fruto de uma ausência de demanda por hedge cambial do que dificuldade do governo em rolar os vencimentos. A médio prazo, a redução da participação de títulos cambiais na dívida tem um efeito bastante positivo, que é o de diminuir os impactos da variação cambial sobre a percepção de risco de sustentabildiade da dívida pública doméstica.

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