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Permanência no euro está por trás de plebiscito grego

Aceitar o que a UE propõe significa a continuidade do plano de austeridade financeira implementado nos últimos cinco anos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2015 às 10h01.

Atenas - Dez milhões de gregos vão neste domingo, dia 5, às urnas responder a uma só pergunta sobre as condições para renegociação da dívida e manutenção da ajuda da União Europeia - se consideram os termos justos, devem responder "nai" (sim); se querem exigir um novo pacto, assinalam "oxi" (não).

Pode parecer simples. No entanto, por trás da decisão do plebiscito - o primeiro na Grécia em 41 anos, desde que a população aboliu formalmente a monarquia, em 1974 -, pode estar o futuro do país como membro da União Europeia .

O "sim" e o "não" representam apostas distintas no futuro. Aceitar o que a UE propõe significa a continuidade do plano de austeridade financeira implementado nos últimos cinco anos.

Os resultados para a economia e para a população, porém, têm sido desastrosos: desde 2010, o Produto Interno Bruto acumula retração de 24% e o desemprego entre os jovens dobrou, chegando a 50%. Apesar disso, quem opta pelo "sim" acredita que, sem o colchão de segurança oferecido pela UE, o desastre será ainda maior.

O voto no "não" é uma aposta de que a situação não pode ficar pior do que está. Segundo o primeiro-ministro Alexis Tsipras, a proposta do plebiscito é mostrar a insatisfação com a intransigência na negociação das dívidas, e não buscar a saída da UE.

O objetivo, segundo ele, é conseguir condições mais favoráveis de negociação para que o bem-estar social grego não tenha de ser tão sacrificado. O plebiscito foi convocado porque o governo não conseguiu costurar um acordo melhor sozinho.

Caso optem por rejeitar a receita dos credores para a crise, a decisão pode ser entendida de outra forma: que o país prefere sair do bloco econômico e caminhar com as próprias pernas. Por causa da votação, as negociações com o Eurogrupo estão suspensas desde quarta-feira.

A economia se deteriorou ainda mais na última semana. O plebiscito foi anunciado dia 26 e organizado em poucos dias - o site oficial com explicações sobre as regras só entrou no ar na quarta-feira.

Diante do iminente calote da dívida de €1,6 bilhão com o Fundo Monetário Internacional ( FMI ) - que se confirmou -, Tsipras determinou o fechamento dos bancos desde segunda-feira e um limite diário de saques de € 60, expondo a fragilidade do sistema bancário.

Meio a meio

No meio desse turbilhão, a população está indecisa. As pesquisas, que no início da semana passada mostravam vitória do "não", agora evidenciam uma divisão meio a meio.

Diversos institutos mostram empate técnico. Na maioria dos casos, as pesquisas apontam vantagem entre 0,5 e 1 ponto porcentual para o "sim", enquanto um levantamento mostra leve dianteira do "não". De qualquer maneira, a margem de erro é de 3 pontos porcentuais.

Numa coisa, no entanto, a maior parte da população parece concordar: é importante permanecer na UE. Estudo do instituto Alco mostra que 74% dos gregos são a favor da permanência, 15% dizem que preferem sair e 11% estão indecisos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Atenas - Dez milhões de gregos vão neste domingo, dia 5, às urnas responder a uma só pergunta sobre as condições para renegociação da dívida e manutenção da ajuda da União Europeia - se consideram os termos justos, devem responder "nai" (sim); se querem exigir um novo pacto, assinalam "oxi" (não).

Pode parecer simples. No entanto, por trás da decisão do plebiscito - o primeiro na Grécia em 41 anos, desde que a população aboliu formalmente a monarquia, em 1974 -, pode estar o futuro do país como membro da União Europeia .

O "sim" e o "não" representam apostas distintas no futuro. Aceitar o que a UE propõe significa a continuidade do plano de austeridade financeira implementado nos últimos cinco anos.

Os resultados para a economia e para a população, porém, têm sido desastrosos: desde 2010, o Produto Interno Bruto acumula retração de 24% e o desemprego entre os jovens dobrou, chegando a 50%. Apesar disso, quem opta pelo "sim" acredita que, sem o colchão de segurança oferecido pela UE, o desastre será ainda maior.

O voto no "não" é uma aposta de que a situação não pode ficar pior do que está. Segundo o primeiro-ministro Alexis Tsipras, a proposta do plebiscito é mostrar a insatisfação com a intransigência na negociação das dívidas, e não buscar a saída da UE.

O objetivo, segundo ele, é conseguir condições mais favoráveis de negociação para que o bem-estar social grego não tenha de ser tão sacrificado. O plebiscito foi convocado porque o governo não conseguiu costurar um acordo melhor sozinho.

Caso optem por rejeitar a receita dos credores para a crise, a decisão pode ser entendida de outra forma: que o país prefere sair do bloco econômico e caminhar com as próprias pernas. Por causa da votação, as negociações com o Eurogrupo estão suspensas desde quarta-feira.

A economia se deteriorou ainda mais na última semana. O plebiscito foi anunciado dia 26 e organizado em poucos dias - o site oficial com explicações sobre as regras só entrou no ar na quarta-feira.

Diante do iminente calote da dívida de €1,6 bilhão com o Fundo Monetário Internacional ( FMI ) - que se confirmou -, Tsipras determinou o fechamento dos bancos desde segunda-feira e um limite diário de saques de € 60, expondo a fragilidade do sistema bancário.

Meio a meio

No meio desse turbilhão, a população está indecisa. As pesquisas, que no início da semana passada mostravam vitória do "não", agora evidenciam uma divisão meio a meio.

Diversos institutos mostram empate técnico. Na maioria dos casos, as pesquisas apontam vantagem entre 0,5 e 1 ponto porcentual para o "sim", enquanto um levantamento mostra leve dianteira do "não". De qualquer maneira, a margem de erro é de 3 pontos porcentuais.

Numa coisa, no entanto, a maior parte da população parece concordar: é importante permanecer na UE. Estudo do instituto Alco mostra que 74% dos gregos são a favor da permanência, 15% dizem que preferem sair e 11% estão indecisos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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