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PEC dos Precatórios pode promover economia de R$33,5 bi em 2022

Pela proposta, os precatórios de valor superior a R$ 66 milhões poderão ser pagos em dez parcelas, sendo 15% à vista e o restante pago em parcelas anuais

(EXAME/Exame)
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Reuters

Publicado em 10 de agosto de 2021 às 10h23.

Última atualização em 7 de outubro de 2021 às 14h36.

O Ministério da Economia divulgou nesta terça-feira que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, que propõe o pagamento parcelado dessas despesas pela União, implicaria economia de 33,5 bilhões de reais em 2022.

Em apresentação, a pasta informou que o parcelamento atingiria 3,3% do total de precatórios e nenhum precatório abaixo de 455 mil reais no ano que vem.

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A proposta do governo também altera algumas regras orçamentárias e institui um novo fundo para "desburocratizar" a alienação de ativos, como a venda de estatais e bens públicos. O texto da PEC ainda não foi disponibilizado pelo governo. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonarofoi pessoalmente ao Congresso Nacional para entregar essa propostabem como a medida provisória (MP) que institui o novo programa de transferência de renda do governo, que substituirá o Bolsa Família.

Parcelamento

Pela proposta, os precatórios de valor superior a R$ 66 milhões poderão ser pagos em dez parcelas, sendo 15% à vista e o restante pago em parcelas anuais. Outros precatórios poderão ser parcelados se a soma total dos precatórios for superior a 2,6% da receita corrente líquida da União. Nesse caso, o critério será pelo parcelamento dos precatórios de maior valor.

Em 2022, de acordo com o Poder Judiciário, está previsto o pagamento de cerca de R$ 90 bilhões em precatórios, um aumento de 143% no comparativo com os valores pagos em 2018. Se aprovada, a PEC já deverá aplicar o parcelamento sobre esses valores no ano que vem.

Correção

Outra mudança divulgada pelo governo em relação à proposta é que os precatórios passarão a ser corrigidos pela taxa Selic, independentemente da sua natureza. Hoje, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), os índices usados dependem da natureza do precatório, podendo ser Selic ou IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo] mais 6%.

De acordo com o governo, o texto também permitirá a criação de um fundo para que valores decorrentes das vendas de imóveis, recebimentos de dividendos de empresas estatais, concessões e partilha de petróleo possam ser usados diretamente para o pagamento de precatórios ou da dívida pública federal, "o que dará maior flexibilidade orçamentária à União".

Por ser uma mudança constitucional, a proposta precisa ser aprovada em dois turnos tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado. O quórum exigido nessa votação é de três quintos dos parlamentares, ou seja, mínimo de 308 votos na Câmara e de 41 no Senado.

De acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a proposta deverá ter uma tramitação acelerada na Casa, assim como a MP do novo Bolsa Família. A declaração foi dada durante a reunião em que recebeu os projetos das mãos do presidente da República.

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