Parente reitera que não considera rever política de preços da Petrobras
Para estimular acordo entre governo e caminhoneiros, estatal anunciou a redução de 10% no preço do combustível nas refinarias por um período de 15 dias
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de maio de 2018 às 21h02.
Última atualização em 23 de maio de 2018 às 21h09.
Rio de Janeiro - O presidente da Petrobras , Pedro Parente, reuniu a imprensa nesta noite de quarta-feira, 23, para anunciar a decisão da diretoria e do conselho de administração de congelar o preço do óleo diesel por 15 dias e ainda conceder um desconto na refinaria de 10%, de R$ 0,23 por litro, em média, que, na bomba, poderá chegar a R$ 0,25 com a redução da base de cálculo dos impostos. Parente foi enfático, porém, ao reafirmar a decisão da empresa de manter a política atual de acompanhar o mercado internacional, com revisões diárias, após esse período. "Não consideramos a hipótese de rever a política", afirmou.
Segundo o executivo, o prazo de 15 dias é suficiente para o governo negociar com os caminhoneiros. Passado o período, a companhia voltará a acompanhar as bolsas estrangeiras da commoditty, porém, deve demorar mais tempo do que isso para chegar à paridade. "A atual política é mais acertada, porque o câmbio e as commodities mudam todo dia. São 15 dias para desanuviar o ambiente e para poder trabalhar", disse o executivo.
Parente negou que a medida tenha impacto sobre o programa de desinvestimento e nas ações. "O objetivo é contribuir com o tempo mínimo de entendimento. A empresa não pode assumir os riscos de mercado", afirmou. O presidente da Petrobras negou, no entanto, que o governo terá que ressarcir a empresa por interromper a atual política de preços no prazo de 15 dias, como prevê o estatuto. "Não é caso de ressarcimento. Isso só aconteceria se houvesse uma demanda do governo. A medida não foi objeto de negociação com governo e caminhoneiros. Pedimos que os movimentos (de greve) entendam e reduzam o transtorno à população", acrescentou.
O presidente da companhia ainda destacou que a Petrobras está dando sua contribuição para interromper transtornos. "A solução definitiva tem que ser gerada pelo governo. É importante que as partes tenham boa vontade. Essa não é uma solução definitiva", afirmou.