Para FT, saber o que Mantega quer no câmbio é exaustivo
Em texto divulgado no blog sobre mercados emergentes, a publicação diz que o problema é ainda maior no tema preferido do ministro brasileiro: a chamada "guerra cambial"
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
Londres - Tentar entender o que o ministro da Fazenda, Guido Mantega , quer pode ser "exaustivo", segundo o jornal Financial Times. Em texto divulgado no blog sobre mercados emergentes, o BeyondBrics, a publicação diz que o problema é ainda maior no tema preferido do ministro brasileiro: a chamada "guerra cambial".
A reportagem sugere, inclusive, que o recente sobe-e-desce do dólar pode indicar, entre outras coisas, que o governo "não tem ideia do que está fazendo".
O texto cita algumas passagens recentes em que o governo demonstrou desejos distintos sobre o rumo das cotações de câmbio.
Até alguns dias atrás, indica o texto, o real seguia relativamente enfraquecido depois de o ministro declarar diversas vezes que o governo estava pronto para corrigir qualquer movimento excessivo na moeda e que um real mais fraco seria favorável à indústria brasileira.
Apesar dessa sinalização de que o governo olhava com simpatia um real fraco, Mantega disse, lembra o texto, que o real permaneceria flutuante "desde que dentro de uma banda apropriada". "Um comentário quase tão sem sentido como a promessa recente do Banco Central de que a inflação convergiria de uma forma não-linear com a meta", diz o texto do FT.
Mas o mesmo governo brasileiro permitiu, afirma o texto, com uma estratégia liderada pelo BC que o real se fortalecesse nos últimos dias abaixo de R$ 2 pela primeira vez desde julho. Após esse sobe-e-desce, diz o blog, o mercado ficou "completamente confuso".
Para a repórter Samantha Pearson, do escritório do FT em São Paulo, "há três explicações possíveis" para as mensagens que parecem contraditórias. A primeira é que o governo brasileiro "quer uma valorização gradual do real para conter a inflação e os avisos de Mantega foram destinados a moderar os movimentos" da moeda norte-americana.
A segunda opção é que a equipe econômica pode ter avaliado que o real está "no nível certo" e, então, passaram a ser emitidos sinais contraditórios para "estabilizar a moeda". Há, porém, uma terceira possibilidade: "Eles não têm ideia do que estão fazendo".
Londres - Tentar entender o que o ministro da Fazenda, Guido Mantega , quer pode ser "exaustivo", segundo o jornal Financial Times. Em texto divulgado no blog sobre mercados emergentes, o BeyondBrics, a publicação diz que o problema é ainda maior no tema preferido do ministro brasileiro: a chamada "guerra cambial".
A reportagem sugere, inclusive, que o recente sobe-e-desce do dólar pode indicar, entre outras coisas, que o governo "não tem ideia do que está fazendo".
O texto cita algumas passagens recentes em que o governo demonstrou desejos distintos sobre o rumo das cotações de câmbio.
Até alguns dias atrás, indica o texto, o real seguia relativamente enfraquecido depois de o ministro declarar diversas vezes que o governo estava pronto para corrigir qualquer movimento excessivo na moeda e que um real mais fraco seria favorável à indústria brasileira.
Apesar dessa sinalização de que o governo olhava com simpatia um real fraco, Mantega disse, lembra o texto, que o real permaneceria flutuante "desde que dentro de uma banda apropriada". "Um comentário quase tão sem sentido como a promessa recente do Banco Central de que a inflação convergiria de uma forma não-linear com a meta", diz o texto do FT.
Mas o mesmo governo brasileiro permitiu, afirma o texto, com uma estratégia liderada pelo BC que o real se fortalecesse nos últimos dias abaixo de R$ 2 pela primeira vez desde julho. Após esse sobe-e-desce, diz o blog, o mercado ficou "completamente confuso".
Para a repórter Samantha Pearson, do escritório do FT em São Paulo, "há três explicações possíveis" para as mensagens que parecem contraditórias. A primeira é que o governo brasileiro "quer uma valorização gradual do real para conter a inflação e os avisos de Mantega foram destinados a moderar os movimentos" da moeda norte-americana.
A segunda opção é que a equipe econômica pode ter avaliado que o real está "no nível certo" e, então, passaram a ser emitidos sinais contraditórios para "estabilizar a moeda". Há, porém, uma terceira possibilidade: "Eles não têm ideia do que estão fazendo".