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Para aquecer economia, China reduz depósito compulsório dos bancos

Medida vai liberar US$ 115 bilhões em crédito, reduzindo os custos de financiamentos

China: a medida vale a partir de 6 de janeiro, liberando cerca de 800 bilhões de yuans, ou US$ 114,9 bilhões, na economia (Qilai Shen/In Pictures/Getty Images)
AO

Agência O Globo

Publicado em 1 de janeiro de 2020 às 11h19.

Última atualização em 2 de janeiro de 2020 às 09h40.

Pequim — O Banco Central da China informou nesta quarta-feira a decisão de reduzir o depósito compulsório em 50 pontos base (0,5 ponto percentual), numa tentativa de reaquecer o mercado. A medida vale a partir de 6 de janeiro, liberando cerca de 800 bilhões de yuans, ou US$ 114,9 bilhões, na economia. Para os grandes bancos, os níveis de reserva devem cair para cerca de 12,5%.

Este é o oitavo corte na taxa do depósito compulsório desde o início de 2018. A medida visa liberar mais fundos para os bancos e, como consequência, aumentar os investimentos. No terceiro trimestre do ano passado, o produto interno bruto da China cresceu 6%, na comparação com o mesmo período de 2018, o pior resultado em quase três décadas.

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Investidores esperam que Pequim anuncie mais medidas para reaquecer a economia. Apesar de dados recentes mostrarem sinais de melhora, e China e EUA terem dado os primeiros passos para o fim da guerra comercial, analistas estão inseguros da sustentabilidade desse cenário e preveem que o crescimento desacelere ainda mais neste ano.

"O corte no depósito compulsório ajudará a aumentar a confiança dos investidores e apoiará a economia, que está se estabilizando gradualmente", analisou Wen Bin, economista do Minsheng Bank, em entrevista à Reuters, acrescentando que espera novo corte na taxa básica de juros neste mês.

O primeiro-ministro, Li Keqiang, criou expectativas sobre o corte no depósito compulsório no fim de dezembro, ao anunciar em discurso que as autoridades estavam analisando mais medidas para baixar os custos de capital para companhias de menor porte, incluindo reduções “direcionadas” do depósito compulsório para ajudar partes mais fracas da economia.

A medida também ajuda a melhorar a liquidez da economia às vésperas do feriado do Ano Novo chinês, que começa no próximo dia 25. A principal data comemorativa do calendário local aumenta a demanda por crédito. Com o sistema financeiro enfrentando recordes de inadimplência, havia temores de contração do crédito, o que foi afastado pelo Banco Central.

Dos fundos liberados, bancos médios e pequenos terão cerca de 120 bilhões de yuans à disposição, informou o Banco Central, destacando que o capital deve financiar médios e pequenos negócios locais.

Os depósitos compulsórios mais baixos vão reduzir os custos de financiamento dos bancos em 15 bilhões de yuans anuais, reduzindo a pressão sobre as margens de lucro dos bancos, que terão que se adequar a uma taxa de referência para empréstimos, que era flutuante até o fim de 2019.

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