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Para analistas, Selic deve subir a partir de abril

A principal justificativa para as revisões das apostas apontada pelos analistas foram as recentes declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini

Na última pesquisa semanal Focus do BC com 100 analistas, divulgada na segunda-feira, o consenso ainda é de uma taxa Selic a 7,25% no fim deste ano (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 09h17.

São Paulo - Depois de os investidores já terem estimado nos preços dos contratos futuros uma alta na taxa Selic a partir de abril, analistas de instituições financeiras capitularam à sinalização do governo de que agirá para combater a inflação e começaram a revisar suas apostas para os juros.

A principal justificativa para as revisões das apostas apontada pelos analistas foram as recentes declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e também do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o governo está desconfortável com o nível atual dos índices de preços e que os juros continuam a ser o principal instrumento de combate à inflação.

Na última pesquisa semanal Focus do BC com 100 analistas, divulgada na segunda-feira, o consenso ainda é de uma taxa Selic a 7,25% no fim deste ano, mas a rodada de revisão das estimativas para os juros, que teve início depois do discurso de Tombini no lançamento do programa Otimiza BC, na terça-feira, deverá ser captada nas projeções da Focus já na próxima semana.

Para os analistas, o trecho do discurso de Tombini que acabou alterando a percepção em relação à Selic foi o seguinte: "Quando necessário, se ensejado pelo cenário prospectivo de inflação, a postura do Banco Central em relação à política monetária será adequadamente ajustada. Dito de outra forma, nesse novo ambiente macroeconômico há pouco descrito, a taxa Selic oscilará em patamares mais baixos do que no passado".

O banco J. Safra mudou sua aposta oficial para a Selic neste ano, agora incorporando o início do ciclo de aperto monetário na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de abril. Em relatório a clientes, o economista-chefe do J. Safra, Carlos Kawall, estima que o BC deverá elevar a Selic em 1 ponto porcentual, para 8,25%, em quatro altas a partir de abril.


"Nossa visão é em resposta à deterioração na perspectiva de inflação e à sinalização do Banco Central e do governo de que a política monetária deverá ser a principal ferramenta para conter a inflação - e não a apreciação da moeda ou um aperto fiscal", escreveu Kawall.

Na noite de quarta-feira (20) foi a vez de o banco JP Morgan alterar a sua aposta para a Selic no fim deste ano, de 7,25% para 8,5%, dividida em três elevações a partir da reunião do Copom de maio. Em relatório, os economistas do banco estimam que o Copom elevará os juros em 0,25 ponto porcentual na reunião de maio e depois seguirá com mais duas elevações, ambas de 0,5 ponto, em julho e agosto.

Já o economista para Brasil do banco UBS, André Carvalho, está projetando uma elevação da Selic de 1,5 ponto porcentual, para 8,75%. Em relatório, Carvalho estima que essa alta dos juros seria feita em quatro reuniões do Copom, a partir de outubro.

O início de um ciclo de aperto monetário ao nível de 8,75%, segundo Carvalho, será uma reação do BC a uma surpresa com a inflação. O economista prevê que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo fechará 2013 em 6,2% e terminará 2014 em 6,5%. Na última pesquisa Focus, a projeção do IPCA para 2013 caiu para 5,7% e a estimativa para 2014 ficou em 5,5%.

Além de elevar a Selic em resposta a essa surpresa no IPCA, Carvalho acredita que o governo poderá deixar o câmbio se valorizar para perto de R$ 1,90. Ele também prevê uma desaceleração no nível de empréstimos ao consumidor. Contudo, o economista do UBS não crê que o governo lançará mão de medidas macroprudenciais para desacelerar o crédito em 2013 e em 2014.

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São Paulo - Depois de os investidores já terem estimado nos preços dos contratos futuros uma alta na taxa Selic a partir de abril, analistas de instituições financeiras capitularam à sinalização do governo de que agirá para combater a inflação e começaram a revisar suas apostas para os juros.

A principal justificativa para as revisões das apostas apontada pelos analistas foram as recentes declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e também do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o governo está desconfortável com o nível atual dos índices de preços e que os juros continuam a ser o principal instrumento de combate à inflação.

Na última pesquisa semanal Focus do BC com 100 analistas, divulgada na segunda-feira, o consenso ainda é de uma taxa Selic a 7,25% no fim deste ano, mas a rodada de revisão das estimativas para os juros, que teve início depois do discurso de Tombini no lançamento do programa Otimiza BC, na terça-feira, deverá ser captada nas projeções da Focus já na próxima semana.

Para os analistas, o trecho do discurso de Tombini que acabou alterando a percepção em relação à Selic foi o seguinte: "Quando necessário, se ensejado pelo cenário prospectivo de inflação, a postura do Banco Central em relação à política monetária será adequadamente ajustada. Dito de outra forma, nesse novo ambiente macroeconômico há pouco descrito, a taxa Selic oscilará em patamares mais baixos do que no passado".

O banco J. Safra mudou sua aposta oficial para a Selic neste ano, agora incorporando o início do ciclo de aperto monetário na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de abril. Em relatório a clientes, o economista-chefe do J. Safra, Carlos Kawall, estima que o BC deverá elevar a Selic em 1 ponto porcentual, para 8,25%, em quatro altas a partir de abril.


"Nossa visão é em resposta à deterioração na perspectiva de inflação e à sinalização do Banco Central e do governo de que a política monetária deverá ser a principal ferramenta para conter a inflação - e não a apreciação da moeda ou um aperto fiscal", escreveu Kawall.

Na noite de quarta-feira (20) foi a vez de o banco JP Morgan alterar a sua aposta para a Selic no fim deste ano, de 7,25% para 8,5%, dividida em três elevações a partir da reunião do Copom de maio. Em relatório, os economistas do banco estimam que o Copom elevará os juros em 0,25 ponto porcentual na reunião de maio e depois seguirá com mais duas elevações, ambas de 0,5 ponto, em julho e agosto.

Já o economista para Brasil do banco UBS, André Carvalho, está projetando uma elevação da Selic de 1,5 ponto porcentual, para 8,75%. Em relatório, Carvalho estima que essa alta dos juros seria feita em quatro reuniões do Copom, a partir de outubro.

O início de um ciclo de aperto monetário ao nível de 8,75%, segundo Carvalho, será uma reação do BC a uma surpresa com a inflação. O economista prevê que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo fechará 2013 em 6,2% e terminará 2014 em 6,5%. Na última pesquisa Focus, a projeção do IPCA para 2013 caiu para 5,7% e a estimativa para 2014 ficou em 5,5%.

Além de elevar a Selic em resposta a essa surpresa no IPCA, Carvalho acredita que o governo poderá deixar o câmbio se valorizar para perto de R$ 1,90. Ele também prevê uma desaceleração no nível de empréstimos ao consumidor. Contudo, o economista do UBS não crê que o governo lançará mão de medidas macroprudenciais para desacelerar o crédito em 2013 e em 2014.

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