Países em desenvolvimento exigem reforma financeira
O anúncio do G24 vem depois do discurso de quinta-feira (22/4) do presidente dos EUA, Barack Obama, ao setor financeiro do país
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2010 às 08h39.
Washington - Um atraso na reforma da regulação financeira pode pôr em perigo a recuperação mundial, advertiram nesta quinta-feira os países em desenvolvimento agrupados no G24, que exigiram dos países desenvolvidos uma "implementação vigorosa".
"Qualquer atraso na reforma da regulação financeira para enfrentar as debilidades que levaram à crise pode pôr em perigo a recuperação" mundial, afirmou um comunicado dos ministros das Finanças do G24, reunidos às vésperas do encontro semestral do FMI e do Bird.
Os ministros pedem "uma implementação vigorosa da agenda de reforma", acrescentou o comunicado.
As ações "em acordo e com cooperação" de países ricos e em desenvolvimento são essenciais para o sucesso dessa reforma, explicou o G24, atualmente presidido pelo Brasil.
O presidente Barack Obama pediu nesta quinta-feira ao setor bancário americano, em um discurso especial proferido em Nova York, que se una, em vez de combater, a seus planos de reforma do setor, atualmente em debate no Congresso.
O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, advertiu que as reformas financeiras são "incoerentes" em alguns aspectos, e pediu aos países ricos e emergentes, agrupados no G20, uma maior coordenação.
O FMI prevê uma recuperação sólida da economia mundial para 2010, com uma perspectiva de 4,2%.
Os ministros do G24 se alegraram com essa notícia, mas ressaltaram que o crédito segue escasso em alguns países, e que a posição financeira dos países desenvolvidos "segue sob pressão".
Já os países emergentes enfrentam um crescimento inesperado dos fluxos de capital, que pode levar a tensões inflacionárias, advertem.
Os ministros pediram igualmente que se acelerem as reformas do FMI e do Bird, e que considerem em particular uma terceira cadeira no Conselho de Administração do Fundo para a África subsaariana.
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