Países de fora da Opep subirão produção além do previsto em 2017
Produção dos demais países crescerá 500.000 barris diários no próximo ano, a 57,2 milhões de barris diários (mbd)
AFP
Publicado em 10 de novembro de 2016 às 09h41.
Última atualização em 10 de novembro de 2016 às 09h42.
Os países à margem da Opep devem produzir mais do que o previsto em 2017, o que pode manter a oferta excedente no mercado se o cartel de petróleo não se comprometer a reduzir sua produção, prevê a Agência Internacional de Energia (AIE).
A produção dos demais países crescerá 500.000 barris diários no próximo ano, a 57,2 milhões de barris diários (mbd), ou seja, 110.000 barris diários adicionais, procedentes especialmente da Rússia.
A Opep (Organização de Países Exportadores de Petróleo) produziu em outubro o nível recorde de 33,83 mbd, de acordo com o relatório mensal da AIE.
"Isto significa que a oferta mundial pode continuar crescendo em 2017, como aconteceu em 2016", destacou a agência.
Por este motivo, o equilíbrio do mercado dependerá da decisão da Opep de reduzir efetivamente a produção, que deve ser adotada em uma reunião em 30 de novembro em Viena, segundo a AIE.
No fim de setembro, o cartel chegou a um surpreendente acordo de princípio para reduzir a produção de petróleo a entre 32,5 e 33 mbd, mas sem fixar as cotas correspondentes a cada país.
"Se chegar a um acordo sobre as cotas, o mercado passará rapidamente de um superávit a um déficit em 2017, embora com importantes estoques que levarão tempo para ser reabsorvidos", explicou a AIE.
Em caso contrário, "o mercado continuará excedente ao longo de todo o ano", o que pode provocar uma nova queda do preço do petróleo.
Sobre a demanda mundial de petróleo, a AIE reitera a previsão de crescimento menos dinâmico em 2016 na comparação com 2015.
A demanda deve aumentar quase 1,2 mbd, a 96,3 mbd.
Em 2017, a demanda aumentará de forma similar e ficará em 97,5 mbd, projeta a AIE.