Economia

País volta a crescer no último trimestre do ano, diz presidente do BC

um dos menores patamares dos últimos anos, mas ainda bastante elevado. O compulsório contribui para elevar as taxas de juros cobradas pelos bancos e também o spread. O presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, também presente ao evento, lembrou que o crédito está atrelado ao crescimento econômico. Não temos demanda por crédito hoje , diz Cypriano. […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h54.

um dos menores patamares dos últimos anos, mas ainda bastante elevado. O compulsório contribui para elevar as taxas de juros cobradas pelos bancos e também o spread.

O presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, também presente ao evento, lembrou que o crédito está atrelado ao crescimento econômico. Não temos demanda por crédito hoje , diz Cypriano. Assim como Meirelles, ele espera a retomada o crescimento nos últimos meses do ano: Historicamente temos um aquecimento da economia no final do ano e isso ajudará na retomada . Para Cypriano, a Selic fecha o ano em 19%.

Risco-país

Em sua palestra, Meirelles voltou a defender que o motor do crescimento (leia-se capacidade produtiva do país) está baseado na geração do emprego e na distribuição de renda. Mas ambas diretrizes dependem da retomada dos investimentos e da queda do custo do capital (no Brasil, um dos maiores do mundo). O custo do capital para as empresas em um mundo globalizado, porém, não reflete apenas a Selic.

Os investimentos no Brasil também são afetados pelo risco-país, indicador que mede a capacidade de um país para honrar suas dívidas. Quanto maior o risco-país, menor confiança que ele desperta entre os investidores, que por sua vez vão cobrar mais caro para comprar papéis de empresas e do governo. Um dos entraves ao pleno desenvolvimento da economia é o patamar elevado da nossa taxa de risco país , disse Meirelles.

Nesta segunda, o risco-país medido pelo banco JP Morgan estava em 721 pontos-base, acima dos índices de países como Turquia, Colômbia ou México. Esse risco país é resultado de uma coleção de erros heterodoxos que não desejamos repetir , disse. Para o presidente do BC, o Brasil precisa fazer o dever de casa , para manter a estabilidade econômica interna e não ser afetado por crises internacionais ou desconfianças. Os erros do passado, listados por Meirelles, foram:

  • Os fracos resultados primários do governo (diferença entre arrecadação e despesas, sem contar pagamento de juros da dívida). O Brasil acumulou por anos déficits e só recentemente, por orientação do Fundo Monetário Internacional (FMI), passou a perseguir o superávit. O governo adotou o superávit na casa dos 4% como uma regra , diz Meirelles. E os superávits devem reduzir a relação entre dívida pública e Produto Interno Bruto (PIB) para abaixo dos 40% até o final da década. No ano passado, essa relação ficou acima de 60%.
  • O rompimento de contratos, o que aumentou a desconfiança dos investidores. Somado às intervenções do governo na economia, como controle do câmbio e tabelamento de preços, isso gerou distorções no funcionamento do mercado;
  • A reduzida participação do setor externo na economia, o que aumentou a vulnerabilidade do país.
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