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OCDE: empréstimos soberanos e emissão de dívidas por países do grupo voltarão a crescer em 2023

A previsão é da própria entidade apelidada de "clube dos ricos" e consta no relatório anual Sovereign Borrowing Outlook, divulgado nesta segunda-feira

A entidade estima que as necessidades de empréstimo dos integrantes do grupo somaram US$ 12,2 trilhões em 2022 (Antoine Antoniol/Bloomberg)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 22 de maio de 2023 às 07h38.

Após terem moderado nos dois anos anteriores, os empréstimos soberanos e a emissão de dívida por países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico ( OCDE ) devem voltar a crescer em 2023, em meio aos efeitos da guerra na Ucrânia e da escalada dos juros. A previsão é da própria entidade apelidada de "clube dos ricos" e consta no relatório anual Sovereign Borrowing Outlook, divulgado nesta segunda-feira, 22.

A entidade estima que as necessidades de empréstimo dos integrantes do grupo somaram US$ 12,2 trilhões em 2022, uma queda de 15% ante 2021 e de 21% frente ao pico histórico de 2020 mas ainda 35% maior que o nível de antes da pandemia de covid-19.

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A trajetória descendente, no entanto, deve ser revertida, com crescimento projetado de 6% este ano, a US$ 12,9 trilhões, conforme a OCDE. "Enquanto a crise da covid-19 aumentou as necessidades líquidas de financiamento do governo em toda a área da OCDE, esse aumento adicional é em grande parte confinado aos países mais afetados pela guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia", explica.

A proporção da dívida dos governos para o Produto Interno Bruto (PIB) recuou de 90% em 2020 a 83% no ano passado, ainda de acordo com a Organização. A expectativa é de que essa taxa fique relativamente estável em 2023, cerca de 10 pontos porcentuais maior que antes da emergência da covid-19.

A OCDE estima também que o saldo da dívida ficou estável em cerca de US$ 50 trilhões em 2022 e deve alcançar US$ 52 trilhões em 2023, à medida que o crescimento econômico mais lento afeta a arrecadação de impostos.

O recente aperto monetário global complicará o serviço da dívida uma vez que os países enfrentarão custos mais altos para rolar o passivo, acrescenta a OCDE. "Uma combinação de liquidez de mercado reduzida e um volume de dívida a ser refinanciado pode tornar os rendimentos mais voláteis e sensíveis a choques", diz.

O relatório da entidade com sede em Paris afirma que o prazo médio até o vencimento da dívida pendente alcançou recorde histórico de 8 anos e dois meses em 2022, quase dois anos a mais que em 2022.

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