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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h26.
A eleição de 2002 será lembrada como a primeira eleição "moderna" do Brasil. E isso não tem nada a ver com a informatização. A eleição deste domingo teve três importantes novidades em relação aos pleitos anteriores (assista ao vídeo ao lado).
A primeira é que, pela primeira vez, um presidente co perfil nitidamente de esquerda foi eleito pelo voto direto e popular. A vitória de Lula está sendo menos arrebatadora do que o esperado - previa-se uma proporção de 70% dos votos válidos, e Lula deverá obter cerca de 61%. No entanto, a esquerda chegou ao poder, e com muitos votos da classe média urbana, tradicionalmente refratária a essas propostas.
A segunda mudança foi a forma ordeira, pacífica e pouco traumática, quase indolor, como lideranças políticas tradicionais foram simplesmente alijadas do campo político. Alguns caudilhos e caciques regionais estão fora de cena.
A terceira, e mais importante das mudanças, é que agora a transição entre a derrotada situação e a vitoriosa situação está sendo tratada como um assunto de gente grande.
Transição agora é assunto com nomes e cargos conhecidos, salários pagos pelo governo que sai, e uma agenda pré-estabelecida. Pela primeira vez, quem entra e quem sai tratam de acertar seus ponteiros para que a transição não seja traumática.
Com tudo isso, o agora presidente Lula tem tudo para ser um grande presidente. Desde que ele se lembre de que agora é hora de dispensar os marqueteiros, descer do palanque e se concentrar nas tarefas de tomar cuidado com o que fala e trabalhar para administrar o Brasil.