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Novos plantios devem garantir recorde de safra, diz IBGE

O instituto disse que o recorde dependerá de culturas que ainda estão na fase de plantio, como o trigo

Colheita de grãos: soja, milho, mandioca, café arábica e feijão sofreram reduções nas estimativas de produção em função da estiagem (ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2014 às 14h02.

Rio - Apesar de produtores relatarem melhores condições climáticas nos Estados do Sudeste, uma safra recorde de grãos neste ano dependerá de culturas que ainda estão na fase de plantio, como o trigo, afirmou Mauro Andreazzi, gerente da Coordenação de Agropecuária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ).

"Estamos com uma estimativa muito próxima ao que foi no ano passado. Então, é contar com novas culturas, como o trigo, para manter um recorde, mesmo que o crescimento seja pequeno (em relação a 2013)", disse.

"Este verão realmente foi atípico, com muito calor e pouca umidade", acrescentou o gerente do IBGE, citando Minas Gerais, em especial, e a Região Sudeste como um todo entre as áreas mais afetadas.

No Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA) de março, o IBGE projetou safra de 189,4 milhões de toneladas de grãos, 0,7% mais que em 2013. Em relação ao levantamento de fevereiro, houve redução de 900 mil toneladas (-0,5%). Além disso, o crescimento da safra não acompanha a expansão da área plantada.

"A nossa área de grãos é 5,3% maior do que no ano passado. A produção de grãos só não está neste patamar por fatores climáticos", analisou Andreazzi. O gerente citou, como fator adicional, a intensa migração de produtores de milho para o cultivo de soja, que sustenta preços mais atraentes no mercado.

Segundo ele, essa mudança comprometeu parte do crescimento do volume produzido. "O rendimento médio por hectare do milho é maior do que o da soja", explicou.

Segundo Andreazzi, soja, milho (1ª e 2ª safras), mandioca, café arábica e feijão (1ª e 2ª safras) sofreram reduções nas estimativas de produção em função da estiagem. Em alguns casos, como o do feijão, esse fato se somou a revisões quanto ao rendimento da produção.


A soja foi uma das culturas mais impactadas pela estiagem, na comparação dos levantamentos de fevereiro e março. A queda na estimativa foi de 1,9%, para 86,769 milhões de toneladas, com reduções no Sudeste, no Rio Grande do Sul, no Paraná e em Goiás, em função da seca.

Em Mato Grosso, o maior produtor de soja do País, a produção do grão foi revisada para 26,3 milhões de toneladas, queda de 0,8% ante o levantamento de fevereiro. "Há excesso de chuvas, o que dificulta a colheita e altera a qualidade do produto. Além disso, o produtor precisa gastar mais com a secagem", disse Andreazzi.

O milho também foi afetado, tanto que a safra do grão não será recorde (também em função da redução da área plantada, dando lugar à soja). Ainda assim, deve ser superior à produção de 2012. "A temperatura elevada também prejudicou. Janeiro e fevereiro são meses cruciais. Se não houver boas condições climáticas, a espiga não fica completa e há queda no rendimento", explicou Andreazzi.

Apesar de ainda esperar recorde de safra, o gerente do IBGE ressaltou que não há como prever se haverá novas revisões para baixo. Ele reiterou que as culturas que serão colhidas nos próximos meses estão com as estimativas em elevação. Para o trigo, a expectativa é de colher 6,7 milhões de toneladas em 2014 (1 milhão a mais do que no ano passado).

Além disso, a decisão de produtores em plantar algodão após a soja (numa espécie de algodão 2ª safra) está aumentando a produção, prevista para superar em 23,5% o colhido no ano passado.

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Rio - Apesar de produtores relatarem melhores condições climáticas nos Estados do Sudeste, uma safra recorde de grãos neste ano dependerá de culturas que ainda estão na fase de plantio, como o trigo, afirmou Mauro Andreazzi, gerente da Coordenação de Agropecuária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ).

"Estamos com uma estimativa muito próxima ao que foi no ano passado. Então, é contar com novas culturas, como o trigo, para manter um recorde, mesmo que o crescimento seja pequeno (em relação a 2013)", disse.

"Este verão realmente foi atípico, com muito calor e pouca umidade", acrescentou o gerente do IBGE, citando Minas Gerais, em especial, e a Região Sudeste como um todo entre as áreas mais afetadas.

No Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA) de março, o IBGE projetou safra de 189,4 milhões de toneladas de grãos, 0,7% mais que em 2013. Em relação ao levantamento de fevereiro, houve redução de 900 mil toneladas (-0,5%). Além disso, o crescimento da safra não acompanha a expansão da área plantada.

"A nossa área de grãos é 5,3% maior do que no ano passado. A produção de grãos só não está neste patamar por fatores climáticos", analisou Andreazzi. O gerente citou, como fator adicional, a intensa migração de produtores de milho para o cultivo de soja, que sustenta preços mais atraentes no mercado.

Segundo ele, essa mudança comprometeu parte do crescimento do volume produzido. "O rendimento médio por hectare do milho é maior do que o da soja", explicou.

Segundo Andreazzi, soja, milho (1ª e 2ª safras), mandioca, café arábica e feijão (1ª e 2ª safras) sofreram reduções nas estimativas de produção em função da estiagem. Em alguns casos, como o do feijão, esse fato se somou a revisões quanto ao rendimento da produção.


A soja foi uma das culturas mais impactadas pela estiagem, na comparação dos levantamentos de fevereiro e março. A queda na estimativa foi de 1,9%, para 86,769 milhões de toneladas, com reduções no Sudeste, no Rio Grande do Sul, no Paraná e em Goiás, em função da seca.

Em Mato Grosso, o maior produtor de soja do País, a produção do grão foi revisada para 26,3 milhões de toneladas, queda de 0,8% ante o levantamento de fevereiro. "Há excesso de chuvas, o que dificulta a colheita e altera a qualidade do produto. Além disso, o produtor precisa gastar mais com a secagem", disse Andreazzi.

O milho também foi afetado, tanto que a safra do grão não será recorde (também em função da redução da área plantada, dando lugar à soja). Ainda assim, deve ser superior à produção de 2012. "A temperatura elevada também prejudicou. Janeiro e fevereiro são meses cruciais. Se não houver boas condições climáticas, a espiga não fica completa e há queda no rendimento", explicou Andreazzi.

Apesar de ainda esperar recorde de safra, o gerente do IBGE ressaltou que não há como prever se haverá novas revisões para baixo. Ele reiterou que as culturas que serão colhidas nos próximos meses estão com as estimativas em elevação. Para o trigo, a expectativa é de colher 6,7 milhões de toneladas em 2014 (1 milhão a mais do que no ano passado).

Além disso, a decisão de produtores em plantar algodão após a soja (numa espécie de algodão 2ª safra) está aumentando a produção, prevista para superar em 23,5% o colhido no ano passado.

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