Economia

Novas metas serão enviadas nesta quarta ao Congresso, diz Dyogo

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu a inclusão de receitas com concessões no Orçamento do ano que vem

Congresso: o prazo para apresentação da peça orçamentária é 31 de agosto (Ueslei Marcelino/Reuters)

Congresso: o prazo para apresentação da peça orçamentária é 31 de agosto (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de agosto de 2017 às 22h22.

Brasília - O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou nesta terça-feira, 15, que o governo vai trabalhar para aprovar a mudança na meta fiscal de 2018, para um déficit de R$ 159 bilhões, a tempo do envio do Orçamento do ano que vem.

O prazo para apresentação da peça orçamentária é 31 de agosto. "Ela tem que ser enviada de acordo com a meta vigente", disse o ministro.

O Tribunal de Contas da União (TCU) já alertou que o governo não pode adotar medidas orçamentárias baseando-se em proposta de mudança de meta.

A alteração precisa já estar aprovada. A corte de contas chegou a fazer alertas ao governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que em 2015 continuava liberando despesas com base apenas no projeto de mudança de meta. A decisão do TCU obrigou o governo na época a contingenciar o Orçamento e a promover um apagão (shutdown) na máquina pública.

"A expectativa é de aprovação da nova meta ainda em tempo de elaboração do orçamento. O projeto será enviado amanhã (quarta-feira) e trataremos com celeridade. Estamos conversando com líderes das duas Casas, tomaremos a partir de amanhã (quarta) medidas de coordenação para isso", disse Oliveira. O ministro não deixou claro quais serão as providências adotadas caso a aprovação da mudança demore mais tempo.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu a inclusão de receitas com concessões no Orçamento do ano que vem. Ao todo, serão cerca de R$ 20 bilhões em arrecadação extra com essas operações.

"A previsão de receita extraordinária é normal, se não a alternativa é ter previsão nenhuma. Sem concessões, receitas estariam 'suborçadas'. Esse é um orçamento baseado na melhor previsão possível no momento", disse. Segundo Meirelles, pode haver até mesmo leilões em número maior. "A previsão é realista."

Meirelles ainda defendeu a decisão da Fazenda de manter a projeção de crescimento de 0,5% para este ano. "Não é qualitativo, se crise (política) influencia ou não é influencia. É número. A questão de crescimento do PIB é técnica, que incorpora todos os fatores. Julgamos a previsão muito sólida", afirmou.

Confrontado com a previsão de mercado, que aponta crescimento de 0,34% neste ano segundo o Boletim Focus, Oliveira também defendeu a projeção do governo. "A diferença de 0,34% para 0,5% é desprezível", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:Ajuste fiscalCongressoMetasMinistério da FazendaMinistério do Planejamento

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto