O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy: a aprovação do orçamento comunitário tem de ser feita de forma unânime pelos Estados-membros (Alexander Klein/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2012 às 05h59.
Bruxelas - A proposta de consenso apresentada nesta quinta-feira pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, para facilitar um acordo sobre o orçamento do período 2014-2020 não conseguiu convencer os 27 países da União Europeia (UE), que mantêm suas posturas divididas.
As nações da UE se separaram depois da 0h local, apenas duas horas após o início das negociações e depois também de uma longa jornada de reuniões bilaterais mantidas por Rompuy com cada um dos líderes.
A reunião será retomada às 9h desta sexta-feira (horário de Brasília), depois que os técnicos de cada delegação tenham esmiuçado essa nova proposta, que mantém os cortes de 80 bilhões de euros, mas os redistribui de forma a torná-los menos penosos aos sensíveis fundos destinados a agricultura e coesão.
O projeto de orçamento comunitário proposto por Van Rompuy para os próximos sete anos está em 973 bilhões de euros, contra o inicial da Comissão Europeia (CE) de 1,03 trilhão.
A aprovação do orçamento comunitário tem de ser feita de forma unânime pelos Estados-membros e depois aprovada pelos eurodeputados.
A cúpula deixou clara a divisão entre os países que se beneficiam dos fundos comunitários para agricultura e coesão, como França, Espanha e Itália, entre outros, e contribuintes líquidos, como Reino Unido, Alemanha, Holanda, Suécia e Áustria, que também querem ser beneficiados.
A chanceler alemã, Angela Merkel, espera avanços ao longo desta sexta-feira, mas disse "duvidar que cheguemos a um acordo. Como disse antes, provavelmente necessitaremos de uma segunda cúpula".
Para a delegação britânica, liderada por seu primeiro-ministro, David Cameron, "não mudou nada", já que a redução proposta por Rompuy ainda está longe de sua pretensão.
Para os países partidários de menos cortes e maiores fundos para agricultura e coesão, como França e Itália, entre outros, esse último projeto tem de ser mais elaborado.
Por fim, o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, preferiu não comentar a minuta de Rompuy enquanto seus analistas não a esmiuçarem.
"Vamos tentar. Nos apresentaram uma nova proposta e vamos estudá-la", disse Rajoy.