Economia

Dilma defende circulação livre de mercadorias no Mercosul

Presidente disse que governo brasileiro tem adotado ações constantes e sistemáticas de negociação com a Argentina para que demandas de produtores sejam acatadas


	Dilma Rousseff: segundo Dilma, governo brasileiro tem manifestado posição de firme desagrado a produtos que ficam parados na alfândega esperando autorização de exportação
 (REUTERS/Celso Junior)

Dilma Rousseff: segundo Dilma, governo brasileiro tem manifestado posição de firme desagrado a produtos que ficam parados na alfândega esperando autorização de exportação (REUTERS/Celso Junior)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2013 às 18h37.

Brasília - Em entrevista a emissoras de rádio do Rio Grande do Sul, a presidenta Dilma defendeu a importância do Brasil em relação aos países vizinhos, criticou as restrições à comercialização de produtos entre nações do Mercosul e respondeu sobre demandas da saúde e da mobilidade urbana no estado.

“É um absurdo não termos um mercado de circulação livre”, disse a presidenta, se referindo à necessidade de cooperação comercial entre os países do bloco, em especial entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Ao ser questionada sobre o bloqueio do governo argentino a cerca de 1 milhão de calçados produzidos no Brasil, Dilma disse que o governo brasileiro tem adotado ações constantes e sistemáticas de negociação com a Argentina para que as demandas dos produtores sejam acatadas.

“Defendemos uma norma no Mercosul para licenças de importação. Nós preferíamos que não houvesse, mas como o governo argentino não concorda, estamos pedindo prazos”, disse a presidenta.

Segundo Dilma, o governo brasileiro tem manifestado posição de firme desagrado a produtos que ficam parados na alfândega esperando a autorização de exportação. A presidenta defendeu ainda, nesse quesito, que a melhor atitude a ser tomada é o diálogo, pois o comércio entre os dois países é “via de mão dupla, ganhamos nós ao exportar calçados e eles ao exportar automóveis”.

A entrevista foi concedida no Aeroporto de Canoas (RS), após Dilma desembarcar na cidade por volta das 15h, e durou pouco mais de 30 minutos.

Ainda sobre relações diplomáticas, a presidenta ouviu questionamento sobre o momento em que será possível aos países do Mercosul fazer de forma plena os seus objetivos. Ao responder, Dilma defendeu a consolidação do bloco e tratou da importância que o Brasil tem com relação aos outros países.


“Temos que olhar para os vizinhos, a importância do Brasil exige que tenhamos [essa] responsabilidade. Todos os países têm que ter consenso sobre uma questão para atuarmos em conjunto”, disse a presidenta, acrescentando que o interesse brasileiro em garantir um mercado de circulação livre passa pela ampliação dos potenciais consumidores das produções de cada país.

“Integrando-se, nos fortalecem como mercado, em vez de 200 milhões, somos 300 milhões de consumidores”, exemplificou a presidenta.

As presidentas foram entrevistas por jornalistas das emissoras Guaíba, Gaúcha, Pampa e ABC 900am, de Novo Hamburgo. Na pauta da conversa, também foram apresentadas a Dilma demandas locais das cidades da região.

Ao responder sobre um questionamento específico sobre a situação de dois hospitais que estão com carência de leitos, a presidenta disse que o governo está preocupado em garantir mais recursos para atendimentos de média complexidade.

“A cadeia tem de estar completa. Um problema sério no Brasil foi que concentramos durante muito tempo a emergência e a urgência no hospital”, disse, acrescentando que o governo está investindo na construção de unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para sanar a demanda.

Dilma também voltou a falar do Programa Mais Médicos como uma das ações prioritárias do governo na resolução dos problemas.

Após responder as perguntas dos locutores, a presidenta seguiu de helicóptero para Novo Hamburgo, onde cumpre agenda de inauguração de quatro creches e formatura de 1.200 alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

O número de formandos foi atualizado, pois dados da prefeitura de Novo Hamburgo informavam que somente 870 estudantes receberiam o diploma.

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