Economia

Brasil reduz previsão de crescimento para 2,5% para este ano

Ministro Guido Mantega revisou suas previsões explicando que país "está exportando menos, porque há uma crise global e os mercados internacionais estão parados"


	Contêineres no porto de Santos: país deverá crescer menos por conta da redução das exportações
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Contêineres no porto de Santos: país deverá crescer menos por conta da redução das exportações (Germano Lüders/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2013 às 22h19.

Brasília - O ministro da Fazenda Guido Mantega revisou nesta quinta-feira suas previsões de crescimento para a economia do país para 2,5%, contra os 3,5% que eram estimados até o mês passado.

"Minha expectativa é que (o crescimento econômico) seja de 2,5%" este ano, declarou o ministro em uma entrevista ao canal de televisão "Globonews".

Mantega explicou que o Brasil "está exportando menos, porque há uma crise global e os mercados internacionais estão parados", o que afetou as previsões de crescimento do início de 2013, que eram de 4% e foram reduzidas no decorrer do ano para 3,5%.

Segundo o ministro, se o país não atingir as taxas previstas, isso não representa um fracasso.

"O governo estabelece metas e persegue essas metas, mas poder alcançá-las depende de muitos fatores", disse Mantega, que citou entre esses fatores a atividade do setor privado, que afirmou que deveria "ser mais ambicioso".

Mantega também admitiu que o Brasil enfrenta agora "dificuldades com a mudança" devido a uma forte desvalorização do real, que desde janeiro chegou a quase 20%, o que poderia pressionar a taxa de inflação.

No entanto, o ministro demonstrou confiança que a desvalorização do real pode ser revertida, de modo que se impeça um maior impacto sobre os preços dos artigos que dependem de componentes importados e ficam mais caros junto com o dólar.

"Até agora não detectamos um efeito sobre a inflação. Não digo que não possa ocorrer, mas até agora não aconteceu", afirmou.

Sobre a mudança, o ministro também garantiu que o governo tem diversas ferramentas para sustentar a moeda nacional e assegurou que as autoridades monetárias permanecem "atentas" com os movimentos do mercado de divisas.

Precisamente hoje, o Banco Central informou que, até fim do ano, pretende intervir quatro vezes por semana no mercado de divisas para controlar a desvalorização do real.

Em uma nota oficial, a instituição afirmou que vai colocar até US$ 500 milhões por dia no mercado de futuros entre segunda e quinta-feira e que nas sextas-feiras pode intervir utilizando outros mecanismos.

Segundo o Banco Central, as intervenções no mercado de divisas buscam "manter a liquidez" e fornecer a devida "cobertura cambial" aos agentes financeiros.

De acordo com cálculos do mercado financeiro, desde janeiro o Banco Central injetou cerca de US$ 40 bilhões para evitar uma maior desvalorização do real.

Acompanhe tudo sobre:Crescimento econômicoDesenvolvimento econômicoeconomia-brasileiraIndicadores econômicosPIB

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Mais na Exame