Economia

Nota de 100 dólares se reinventa para burlar falsificadores

Novos recursos de segurança vão acompanhar o emblemático retrato de Benjamin Franklin


	Notas de cem dólares: apesar da mudança, as notas com o anterior design vão continuar totalmente legais e não perderão o valor
 (Revisorweb/WikimediaCommons)

Notas de cem dólares: apesar da mudança, as notas com o anterior design vão continuar totalmente legais e não perderão o valor (Revisorweb/WikimediaCommons)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2013 às 06h44.

Washington - A nota de 100 dólares, uma das de maior circulação em nível mundial e objeto de desejo entre os falsificadores, se reinventa a partir da próxima terça-feira, com novos recursos de segurança que acompanham o emblemático retrato de Benjamin Franklin.

"Parte de nosso trabalho é tornar mais difícil o trabalho dos falsificadores", explicou em entrevista à Agência Efe Michael Lambert, diretor associado do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos.

A partir de terça, o Fed usará em suas operações com outras instituições financeiras unicamente as novas notas de 100 dólares, que chegarão paulatinamente aos bancos, aos mercados internacionais e aos cidadãos tanto nos EUA como em outros países.

A produção inicial estimada será de 3,4 bilhões de novas notas, de acordo com Lambert.

Os dois novos distintivos de segurança da nota oferecem uma forma singela de verificar se ela é autêntica ou falsa.

Lambert detalhou que o primeiro é uma fita azul "tecida", não impressa, na parte frontal da nota com imagens em três dimensões "extremamente pequenas" de sinos que com o movimento se transformam em números 100.

O segundo é um sino dentro de um tinteiro de cor cobre que muda para verde.

O efeito produzido por essa mudança faz com que o sino apareça e desapareça, "e em qualquer transação normal se pode apreciar", afirmou Lambert.

"A segurança está ligada à complexidade", sobretudo se for levado em conta que os falsificadores chegam com rapidez às novas tecnologias, segundo Lambert.


Nas novas notas serão mantidos outros distintivos de segurança que já estão presentes nas atuais, como a imagem "oculta" de Franklin que está à direita do retrato principal, um fio que aperece em cor rosa com a luz ultravioleta e o número 100 em uma das bordas que muda de cobre para verde.

Também o papel com o qual são feitas as notas de 100 é "bastante único", em palavras de Lambert, composto de linho em 25% e de algodão em 75%, e com fibras de segurança vermelhas e azuis.

Graças a esse papel, somente com o tato "se pode detectar se uma nota é falsa ou não", disse o diretor associado do Fed.

O Federal Reserve quer, antes de tudo, deixar claro aos consumidores e às empresas que as notas com o anterior design vão continuar totalmente legais e não perderão o valor.

Atualmente há aproximadamente 8,9 bilhões de notas de 100 dólares em circulação, com um valor total de US$ 890 bilhões. Entre a metade e dois terços está fora dos Estados Unidos.

As notas com o design antigo, que data da remodelação feita em 1996, voltarão paulatinamente ao sistema bancário em processo que "durará anos", segundo Lambert, e daí passarão ao Federal Reserve, onde se verificará sua autenticidade e serão destruídas.

Após o o redesenho da nota de 100 dólares realizado em 1996, que foi o primeiro significativo em 67 anos, foram modificadas também sucessivamente as de 50, 20, 10 e 5 dólares para torná-las menos vulneráveis às falsificações.

Um comitê com membros de várias agências se encarrega de fazer recomendações sobre mudanças no desenho das notas ao secretário do Tesouro, que tem a autoridade final para decidir.

A primeira nota de 100 dólares emitida pelo Federal Reserve foi lançada em 1914 e já tinha o retrato do presidente Franklin, um dos pais fundadores dos EUA. 

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