Norte e Nordeste devem crescer acima da média do país
De acordo com simulação feita pela consultoria LCA, as duas regiões devem crescer acima da média do Brasil em 2014
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2013 às 15h41.
Rio - Responsáveis por 16% de tudo o que é consumido no país, as Regiões Norte e Nordeste começam a pesar na definição do mapa econômico nacional. De acordo com simulação feita pela consultoria LCA, as duas regiões devem crescer acima da média do Brasil em 2014, enquanto o Sudeste, tradicionalmente a mais rica, tende a registrar Produto Interno Bruto (PIB) abaixo da média.
Nas projeções da LCA, o Brasil deve registrar crescimento no PIB de 2,6% em 2013. O Nordeste deve seguir esse ritmo, com expansão de 2,6%, enquanto o Norte deve crescer 2,2%.
Se em 2013 a aceleração ainda não supera a taxa do país, em 2014 as duas se posicionarão, definitivamente, acima da média. A previsão para o PIB em 2014, em nível nacional, é de 2,9%, mas Norte e Nordeste devem crescer 3,8%, de acordo com a consultoria.
O ritmo mais acelerado de crescimento nos próximos anos para o Norte e Nordeste se deve a, basicamente, três fatores. O economista Paulo Neves, da LCA Consultores, destaca a base de comparação mais baixa, a recuperação da indústria extrativa (que tem grande participação, sobretudo no Nordeste) e os ganhos obtidos no mercado de trabalho, que têm impulsionado os serviços e o comércio nessas regiões.
Enquanto isso, o Sudeste, que concentra boa parte da indústria e responde por cerca de 54% de tudo o que é consumido no país, deve crescer 2,1% este ano e 2,6% em 2014.
"No ano que vem, veremos a indústria extrativa melhorando e a de transformação, que está mais concentrada no Sudeste, piorando", afirmou. A LCA passou a divulgar, recentemente, relatórios trimestrais regionais, em que avalia a indústria, o varejo e a ocupação em cada uma das áreas.
Ocupação
Apesar de um contexto macroeconômico desfavorável, com inflação mais elevada e juros maiores, as Regiões Norte e Nordeste conseguiram aumentar a ocupação, respectivamente, em 2% e 1,5% no acumulado de janeiro a agosto, ante igual período de 2012. A média nacional ficou em 0,8%, segundo a LCA, com base em dados das Pesquisas Mensal de Emprego (PME) e Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Já a massa de renda cresceu 3,4% no Norte e 2,5% no Nordeste - a média nacional é de 2,9%. "Norte e Nordeste têm melhorado na distribuição de renda e na formalização da economia", destacou Neves.
Ainda assim, ele afirma que a base de comparação contribui para os ganhos acima da média. "As economias mais pobres tendem a apresentar ritmo de crescimento superior", disse.
Os principais setores beneficiados por esse tipo de crescimento são os serviços e o comércio. O varejo restrito (que desconsidera automóveis e material de construção) deve crescer 5,4% no Norte e 5,3% no Nordeste. As duas previsões estão acima da projeção nacional, de 4,7%.
Se confirmado, esse resultado para o Brasil, será o pior desde 2003, quando o varejo teve queda de 3,7%. "A ocupação no Norte e a massa real em crescimento acima da média no Nordeste garantem desempenho superior do varejo", analisou.
No Sudeste, a previsão é de que o varejo tenha expansão levemente menor do que o Brasil, de 4,2%. O resultado, se confirmado, será o pior desde 2005 (+3,3%). "Há uma migração do ritmo de crescimento. Isso não significa que essas regiões vão acompanhar Sudeste e Sul em poucos anos. Pode demorar algumas décadas, mas o movimento tende a se perpetuar", afirmou.
Hoje, o Norte representa 2% de tudo que é consumido no país, enquanto a fatia do Nordeste fica, em média, nos 14%. "Essa proporção tende a aumentar, se o ritmo de crescimento permanecer superior à média nacional", acrescentou.
Para o PIB nacional do terceiro trimestre, a LCA espera crescimento nulo na comparação com o segundo, influenciado por uma contribuição negativa do Sudeste. "Indústria e varejo sinalizam para desempenho inferior à média nacional, o que deve acontecer também no ano que vem", observou.
Rio - Responsáveis por 16% de tudo o que é consumido no país, as Regiões Norte e Nordeste começam a pesar na definição do mapa econômico nacional. De acordo com simulação feita pela consultoria LCA, as duas regiões devem crescer acima da média do Brasil em 2014, enquanto o Sudeste, tradicionalmente a mais rica, tende a registrar Produto Interno Bruto (PIB) abaixo da média.
Nas projeções da LCA, o Brasil deve registrar crescimento no PIB de 2,6% em 2013. O Nordeste deve seguir esse ritmo, com expansão de 2,6%, enquanto o Norte deve crescer 2,2%.
Se em 2013 a aceleração ainda não supera a taxa do país, em 2014 as duas se posicionarão, definitivamente, acima da média. A previsão para o PIB em 2014, em nível nacional, é de 2,9%, mas Norte e Nordeste devem crescer 3,8%, de acordo com a consultoria.
O ritmo mais acelerado de crescimento nos próximos anos para o Norte e Nordeste se deve a, basicamente, três fatores. O economista Paulo Neves, da LCA Consultores, destaca a base de comparação mais baixa, a recuperação da indústria extrativa (que tem grande participação, sobretudo no Nordeste) e os ganhos obtidos no mercado de trabalho, que têm impulsionado os serviços e o comércio nessas regiões.
Enquanto isso, o Sudeste, que concentra boa parte da indústria e responde por cerca de 54% de tudo o que é consumido no país, deve crescer 2,1% este ano e 2,6% em 2014.
"No ano que vem, veremos a indústria extrativa melhorando e a de transformação, que está mais concentrada no Sudeste, piorando", afirmou. A LCA passou a divulgar, recentemente, relatórios trimestrais regionais, em que avalia a indústria, o varejo e a ocupação em cada uma das áreas.
Ocupação
Apesar de um contexto macroeconômico desfavorável, com inflação mais elevada e juros maiores, as Regiões Norte e Nordeste conseguiram aumentar a ocupação, respectivamente, em 2% e 1,5% no acumulado de janeiro a agosto, ante igual período de 2012. A média nacional ficou em 0,8%, segundo a LCA, com base em dados das Pesquisas Mensal de Emprego (PME) e Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Já a massa de renda cresceu 3,4% no Norte e 2,5% no Nordeste - a média nacional é de 2,9%. "Norte e Nordeste têm melhorado na distribuição de renda e na formalização da economia", destacou Neves.
Ainda assim, ele afirma que a base de comparação contribui para os ganhos acima da média. "As economias mais pobres tendem a apresentar ritmo de crescimento superior", disse.
Os principais setores beneficiados por esse tipo de crescimento são os serviços e o comércio. O varejo restrito (que desconsidera automóveis e material de construção) deve crescer 5,4% no Norte e 5,3% no Nordeste. As duas previsões estão acima da projeção nacional, de 4,7%.
Se confirmado, esse resultado para o Brasil, será o pior desde 2003, quando o varejo teve queda de 3,7%. "A ocupação no Norte e a massa real em crescimento acima da média no Nordeste garantem desempenho superior do varejo", analisou.
No Sudeste, a previsão é de que o varejo tenha expansão levemente menor do que o Brasil, de 4,2%. O resultado, se confirmado, será o pior desde 2005 (+3,3%). "Há uma migração do ritmo de crescimento. Isso não significa que essas regiões vão acompanhar Sudeste e Sul em poucos anos. Pode demorar algumas décadas, mas o movimento tende a se perpetuar", afirmou.
Hoje, o Norte representa 2% de tudo que é consumido no país, enquanto a fatia do Nordeste fica, em média, nos 14%. "Essa proporção tende a aumentar, se o ritmo de crescimento permanecer superior à média nacional", acrescentou.
Para o PIB nacional do terceiro trimestre, a LCA espera crescimento nulo na comparação com o segundo, influenciado por uma contribuição negativa do Sudeste. "Indústria e varejo sinalizam para desempenho inferior à média nacional, o que deve acontecer também no ano que vem", observou.