Economia

No mercado paralelo da Venezuela, dólar supera 313 bolívares

O preço do dólar no mercado paralelo da Venezuela está quase 50 vezes o preço da taxa oficial mais baixa das três que coexistem no sistema de câmbio


	Dólares: número de hoje é 48 vezes superior à taxa mais baixa de US$ 6,3 por bolívar
 (thinkstock)

Dólares: número de hoje é 48 vezes superior à taxa mais baixa de US$ 6,3 por bolívar (thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2015 às 22h02.

Caracas - O preço do dólar no mercado negro venezuelano superou nesta quinta-feira os 313 bolívares, quase 50 vezes o preço da taxa oficial mais baixa das três que coexistem no sistema de câmbio aplicado no país.

O dado foi extraído do site Dolar Today, que apresenta esta taxa ilegal após calcular as operações de câmbio efetuadas na cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira com a Venezuela, e nas quais hoje o dólar era cotado a 313,50 bolívares.

Este site, bloqueado pelo governo há meses, recebeu em várias ocasiões críticas do Executivo liderado pelo presidente Nicolás Maduro.

O número de hoje é 48 vezes superior à taxa mais baixa de US$ 6,3 por bolívar, que se aplica para as importações de produtos alimentícios e sanitários; é também 25 vezes maior que a segunda taxa oficial, de 12 bolívares; e supera em mais de 100 bolívares a taxa de compra e venda livre do Sistema Marginal de Divisas (Simadi), que hoje fechou em 199,52 por cada dólar.

Na Venezuela existe um controle de câmbio desde 2003 que deixa nas mãos do Estado a compra e venda exclusiva dos dólares, um mecanismo que no início de fevereiro foi modificado permitindo aos venezuelanos, pela primeira vez em mais de uma década, ter acesso à moeda americana de forma livre, mas limitada.

Em seu primeiro dia de funcionamento, este mecanismo fechou em 170,03 bolívares por dólar e desde então, com exceção de poucos dias, não deixou de subir até quase 200 bolívares.

A economia venezuelana fechou 2014 em recessão e com uma inflação de quase 70%, uma realidade à qual é preciso somar a queda dos preços do petróleo que reduziu em 50% as receita de um país altamente dependente de sua importação.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCâmbioDólarMoedasVenezuela

Mais de Economia

Análise: Sem clareza sobre o ajuste fiscal, alta de juros em 2024 entra no radar dos diretores do BC

Plano Real, 30 anos: Armínio Fraga, o tripé macroeconômico e os desafios de manter o plano vivo

Com Selic a 10,5% ao ano, Brasil está entre os três países com maior taxa de juro real do mundo

"Se essa economia de R$ 9,2 bilhões não vem, vamos ter que aumentar o bloqueio", diz Planejamento

Mais na Exame