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Não importa quem ganhe, não espere reformas, diz FT

Texto do blog beyond brics diz que mercado está eufórico com Marina Silva, mas lembra que a recusa em lidar com o Congresso já deixou vítimas

Marina Silva, Dilma Rousseff e Aécio Neves, candidatos à presidência (Montagem/EXAME.com)

João Pedro Caleiro

Publicado em 4 de setembro de 2014 às 18h07.

São Paulo - O jornal britânico Financial Times deu hoje um banho de água fria em quem se anima com a perspectiva de novas reformas a partir do ano que vem - seja qual for o vencedor da eleição.

Em um texto publicado no blog beyond brics, Jonathan Wheatley diz que há uma euforia no mercado com a ascensão nas pesquisas de Marina Silva , que promete a volta do tripé macroeconômico, o fim do controle de preços, uma reforma tributária e uma política industrial mais horizontal.

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Mas cada uma dessas medidas "não é tão fácil quanto parece" e exigiria mudanças cada vez mais profundas, muito difíceis de conseguir sem base em um Congresso com 22 partidos.

Ecoando o programa eleitoral de Dilma Rousseff , ele lembra o caso de Collor, que chegou ao poder "com uma promessa não tão diferente da de Marina" e que "apesar de seus pecados, foi um reformador fanático que abriu a economia do Brasil para o mundo". No entanto, a recusa em jogar com as regras do jogo do Congresso contribuiu para sua queda.

Já Fernando Henrique Cardoso conseguiu fazer reformas em seu primeiro mandato, mas só no contexto de várias crises internacionais, e acabou ficando no meio do fogo cruzado no resto do seu governo, diz o texto.

Já Lula viu o escândalo do mensalão estourar justamente na relação com o Congresso, e acabou se rendendo às mesmas práticas usuais para conseguir governar.

"Nenhum dos candidatos atuais é um reformista fanático. Seus governos seriam diferentes uns dos outros e melhores ou piores para o Brasil. Mas não espere reformas.", conclui Wheatley.

Marina Silva tem sido objeto de atenção cada vez maior da mídia internacional. Em sua última edição, a The Economist diz que a candidata precisa provar que merece ser presidente e também cita o medo de que sua intransigência não combinaria com um Congresso fragmentado.

Para a revista, "há pouca substância e muita conversa sonhadora" no discurso de Marina.

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