Exame Logo

“Não é certo que o Brasil vai brilhar no futuro”, diz Roubini

Doutor Apocalipse afirma que a boa fase da economia brasileira não garante continuidade nos próximos anos

Nouriel Roubini diz que o Brasil ainda precisa por em prática diversas reformas para garantir a sustentabilidade do crescimento (Arquivo/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2011 às 18h49.

São Paulo – O prognóstico do economista Nouriel Roubini para o Brasil nos próximos anos tem um toque sombrio digno do apelido que ele ganhou. Segundo o “Doutor Apocalipse”, um dos únicos economistas a prever a crise de 2008, não é certo que o Brasil vai brilhar no futuro.

Roubini, que participou de evento em São Paulo nesta terça-feira, reconheceu que o crescimento dos países emergentes chama a atenção atualmente. Entretanto, o momento favorável não garante crescimento sustentado, principalmente diante do cenário de incertezas na economia global.

“Ainda há muitos riscos. Não podemos assumir como certo que a Rússia vai brilhar, ou que o Brasil é o país do futuro. Há uma série de reformas políticas e econômicas que precisam ser feitas nestes países, porque do contrário, estas promessas não vão se concretizar", diz o economista.

Ele alerta, por exemplo, para o risco de uma desaceleração no mercado de commodities, que pode afetar seriamente países que dependem de exportações, como a China e o Brasil.

“Os países emergentes estão se urbanizando, industrializando, e isso implica que haverá mais demanda por energia, alimentos, matérias primas e materiais industriais. A questão é: a demanda vai subir, mas será que a oferta de commodities vai acompanhar este aumento?”


O economista também coloca em cheque a capacidade dos países emergentes em atender o crescimento da demanda por causa de insuficiências em sua infraestrutura. Segundo ele, o Brasil ainda precisa investir muito em educação e qualificação da mão de obra para que consiga crescer a uma taxa desejável.

Refém
Na opinião de Roubini, o Brasil tem uma classe empresarial boa, um sistema financeiro sólido, boa oferta de energia, e um ambiente econômico saudável. Entretanto, para crescer mais, sem ter que se preocupar com o avanço da inflação, será preciso eliminar gargalos dos quais o país ainda é refém.

"Se o Brasil quiser crescer a uma taxa maior do que 4%, que atenderia aos anseios do país, é preciso resolver algumas questões. Toda vez que o Brasil começa a crescer um pouco mais, o Banco Central é forçado a apertar a economia por causa da inflação.”

Para o Doutor Apocalipse, há urgência em se investir na educação, qualidade da mão de obra, e infraestrutura, tanto com capital público, quanto com privado.

“Há que se regulamentar o tamanho do governo. É preciso também um sistema previdenciário que ofereça saúde e segurança aos cidadãos. Se isso for garantido, o futuro do país pode ser muito positivo."

Veja também

São Paulo – O prognóstico do economista Nouriel Roubini para o Brasil nos próximos anos tem um toque sombrio digno do apelido que ele ganhou. Segundo o “Doutor Apocalipse”, um dos únicos economistas a prever a crise de 2008, não é certo que o Brasil vai brilhar no futuro.

Roubini, que participou de evento em São Paulo nesta terça-feira, reconheceu que o crescimento dos países emergentes chama a atenção atualmente. Entretanto, o momento favorável não garante crescimento sustentado, principalmente diante do cenário de incertezas na economia global.

“Ainda há muitos riscos. Não podemos assumir como certo que a Rússia vai brilhar, ou que o Brasil é o país do futuro. Há uma série de reformas políticas e econômicas que precisam ser feitas nestes países, porque do contrário, estas promessas não vão se concretizar", diz o economista.

Ele alerta, por exemplo, para o risco de uma desaceleração no mercado de commodities, que pode afetar seriamente países que dependem de exportações, como a China e o Brasil.

“Os países emergentes estão se urbanizando, industrializando, e isso implica que haverá mais demanda por energia, alimentos, matérias primas e materiais industriais. A questão é: a demanda vai subir, mas será que a oferta de commodities vai acompanhar este aumento?”


O economista também coloca em cheque a capacidade dos países emergentes em atender o crescimento da demanda por causa de insuficiências em sua infraestrutura. Segundo ele, o Brasil ainda precisa investir muito em educação e qualificação da mão de obra para que consiga crescer a uma taxa desejável.

Refém
Na opinião de Roubini, o Brasil tem uma classe empresarial boa, um sistema financeiro sólido, boa oferta de energia, e um ambiente econômico saudável. Entretanto, para crescer mais, sem ter que se preocupar com o avanço da inflação, será preciso eliminar gargalos dos quais o país ainda é refém.

"Se o Brasil quiser crescer a uma taxa maior do que 4%, que atenderia aos anseios do país, é preciso resolver algumas questões. Toda vez que o Brasil começa a crescer um pouco mais, o Banco Central é forçado a apertar a economia por causa da inflação.”

Para o Doutor Apocalipse, há urgência em se investir na educação, qualidade da mão de obra, e infraestrutura, tanto com capital público, quanto com privado.

“Há que se regulamentar o tamanho do governo. É preciso também um sistema previdenciário que ofereça saúde e segurança aos cidadãos. Se isso for garantido, o futuro do país pode ser muito positivo."

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCrescimento econômicoCrise econômicaCrises em empresasDados de BrasilDesenvolvimento econômico

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame