Economia

Produção de aço cai 3,9% em 2005, pressionada por estoques altos

Desempenho recorde de grandes clientes, como as montadoras, não ajudou siderúrgicas. Falta de investimentos em infra-estrutura prejudicou também a produção de aços longos

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h03.

A produção brasileira de aço bruto somou 31,630 milhões de toneladas no ano passado. O volume representa uma queda de 3,9% sobre os 32,909 milhões fabricados pelo país em 2004. Nem mesmo o desempenho positivo de alguns grandes clientes, como as montadoras que registraram produção recorde em 2005 favoreceu as siderúrgicas. Os estoques elevados e a falta de investimentos em obras de infra-estrutura e construção civil foram os principais motivos para a retração do setor, de acordo com a analista de siderurgia do Banco Espírito Santo Securities, Elaine de La Rocque.

Os estoques elevados prejudicaram sobretudo a produção de aços planos, utilizados na fabricação de eletrodomésticos e automóveis, entre outros. No ano passado, a produção de planos somou 14,187 milhões de toneladas, um recuo de 1,8% sobre 2004. No início de julho, por exemplo, a cadeia produtiva do setor (que inclui as siderúrgicas e as distribuidoras de aço) apresentava um estoque médio equivalente a 3,6 meses de vendas. "Um patamar normal de estoque é de 2,5 meses", afirma Elaine.

Usados principalmente na construção civil, os aços longos sofreram com a falta de investimentos em obras de infra-estrutura. Além disso, parte da produção das siderúrgicas é consumida por fabricantes de bens de capital e máquinas agrícolas. A crise dos produtores rurais e a redução dos investimentos em maquinário também impactaram negativamente os aços longos. O resultado foi uma queda de 6% no volume de produção, que atingiu 8,391 milhões de toneladas em 2005, contra 8,927 milhões no ano retrasado.

Consumo e exportações

No mercado interno, houve queda de 8,2% no consumo aparente de aço que considera a produção, menos as exportações e mais as importações. O Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) atribuiu os resultados divulgados nesta quarta-feira (18/1) às elevadas taxas de juros, ao baixo investimento público e à desaceleração da construção civil. O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo, por exemplo, estima que o PIB do setor cresceu apenas 1% no ano passado.

As exportações subiram 4,4% em tonelagem, ante 2004. Os elevados preços das commodities no mercado internacional, porém, levaram as siderúrgicas a faturar 6,5 bilhões de dólares com vendas ao exterior. O valor é recorde e representou um aumento de 23,2%. De acordo com o IBS, o resultado também refletiu a melhoria dos produtos despachados para outros países, já que as empresas elevaram o volume de produtos acabados e reduziram o de semi-acabados, cujo valor é menor.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Fim do Saque-aniversário do FGTS? Ministro vai enviar projeto ao Congresso para encerrar modalidade

Mercado eleva projeção do IPCA de 2024 pela 9ª semana

Acelerada pela Nvidia, Google — e agora Amazon —, startup quer inovar no crédito para PMEs

Cigarro mais caro deve pressionar inflação de 2024, informa Ministério da Fazenda