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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h44.
O Brasil vem ampliando suas exportações para a China, mas as importações daquele país crescem a uma velocidade ainda maior. Na diferença da balança comercial, a vantagem ainda é do Brasil, que no ano passado somou um superávit com a China de 1,4 bilhão de dólares. Esse cenário, porém, tende a mudar a curto prazo. Na opinião do economista José Augusto de Castro, até 2007 a balança comercial do Brasil com a China será deficitária.
"Não é uma questão de quantidade, e sim do tipo de produto que é exportado para a China. A maior parte são commodities, cujos preços os produtores brasileiros não controlam", diz o economista, que é vice-presidente da Associação Brasileira de Exportação (AEB).
Na semana passada, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse que a China tem tudo para passar a Argentina no ranking dos países compradores de produtos brasileiros. Segundo Castro, tal previsão dificilmente irá se concretizar, pois grande parte das exportações para a Argentina são de manufaturados.
"Do ponto de vista de valor agregado, a qualidade dos produtos vendidos para a Argentina é maior que a daqueles que vão para a China", resume o economista. Soja, aço e minério de ferro são os principais produtos brasileiros vendidos ao mercado chinês.
Nesse cenário, a Argentina tem muito mais a crescer como destino das exportações brasileiras do que a China mesmo sendo último este o grande comprador internacional do momento.
A China avança
No ano passado, o superávit comercial da China com o resto mundo triplicou, chegando a 102 bilhões de dólares. De acordo com o jornal britânico Financial Times, economistas prevêem um valor ainda maior para este ano, apesar de as exportações terem freado um pouco.
Graças a uma ligeira valorização do yuan em julho passado, as importações também cresceram, mas ainda não o suficiente para diminuir o saldo. O governo americano vem tentando convencer o governo chinês a valorizar ainda mais sua moeda, a fim de evitar que um único país no caso a China não tenha um papel tão preponderante na economia mundial.