Economia

Salvaguardas contra a China são solução parcial, diz Sindifranca

Para o Sindicato da Indústria de Calçados de Franca, barreiras à importação protegem o mercado interno, mas não elevam competitividade do país contra os chineses

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h10.

A indústria calçadista recebeu bem a regulamentação das salvaguardas contra as importações chinesas, publicadas no Diário Oficial desta quinta-feira (6/10), mas ressalta que as medidas resolvem apenas parte do problema o de proteger o mercado interno de uma invasão de produtos da China. O setor só se sentirá tranqüilo, porém, quando o governo promover a melhoria da competitividade das fábricas brasileiras, evitando a desvalorização exagerada do dólar e desonerando as exportações.

"As salvaguardas protegem o mercado interno, mas precisamos de mais", afirma Jorge Donadelli, que será empossado nesta sexta-feira (7/10), como presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca (Sindifranca), um dos maiores pólos calçadistas do país. Segundo Donadelli, as empresas da região estão estudando que tipo de salvaguarda solicitarão ao governo.

A situação também está em análise pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Em nota divulgada no final da tarde de ontem, a entidade afirma que estudará o Decreto 5.556, que regulamentou as salvaguardas, para avaliar a melhor estratégia.

Segundo a Abicalçados, de janeiro a agosto, o Brasil importou 9,4 milhões de pares da China, um salto de 118% sobre os 4,3 milhões do mesmo período do ano passado. Em faturamento, os chineses receberam 47 milhões de dólares, 60% mais. O preço médio do par foi de 4,97 dólares.

Exportações

Além de defender o mercado interno, Donadelli afirma que o governo deve se preocupar em melhorar a competitividade dos calçadistas no mercado mundial. A China, uma das principais concorrentes do Brasil, chega a oferecer calçados por 2 dólares o par no mercado americano, contra 17 dólares, em média, do produto brasileiro, segundo Donadelli. "Temos calçados de qualidade similar aos italianos, mas com esse câmbio, a concorrência é muito difícil", diz.

O representante de Franca também critica a isenção das taxas de exportação para o couro wet blue, determinada pelo governo Lula. "Isso favoreceu a China e Índia, que compram o couro mais barato no Brasil e competem conosco em produtos acabados", afirma.

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