Mudança de tendência melhora projeções sobre a Espanha
Revisão em alta da perspectiva econômica anunciada pela Fitch respaldou a euforia suscitada ultimamente sobre a recuperação da confiança no país
Da Redação
Publicado em 2 de novembro de 2013 às 10h31.
Madri - A revisão em alta da perspectiva econômica da Espanha anunciada pela agência Fitch na sexta-feira respaldou a euforia suscitada ultimamente sobre a recuperação da confiança no país, um otimismo que foi impulsionado com a saída da recessão, as reformas adotadas e a chegada de capital estrangeiro.
Operações como a protagonizada pelo magnata das telecomunicações Bill Gates na construtora FCC, na qual desembarcou como segundo maior acionista, e a compra da empresa Mivisa por parte do grupo industrial americano Crown Holdings por 1,2 bilhão de euros são percebidos como um sinal que algo está mudando na economia espanhola.
Essa sensação havia sido antecipada pelo presidente do Banco Santander, Emilio Botín, que ressaltou em um ato em Nova York que tinha ocorrido uma mudança 'muito drástica' e que o atual 'é um momento fantástico para a Espanha' porque 'chega dinheiro de todas partes'.
A chegada de capital estrangeiro também pode ser notada no mercado imobiliário espanhol. Segundo os dados de autoridades do setor, a compra e venda imóveis efetuadas por estrangeiros na Espanha cresceu 13,6% até junho.
Além disso, de acordo com um estudo realizado pela empresa Knight Frank, os fundos internacionais estão dispostos a investir no próximo ano até 14 bilhões de euros no setor imobiliário espanhol.
A ligeira melhora das previsões macroeconômicas por parte do Executivo espanhol, que prevê um aumento de 0,7% do PIB para 2014 e um rebaixamento de décimos na taxa de desemprego até 25,9%, estão em sintonia com as previsões de Fitch, que se mostra confiante que a economia espanhola começará a recuperar-se em 2014 impulsionada pelas exportações líquidas.
Além disso, o rendimento do bônus espanhol a dez anos desceu ontem a 3,963%, com o que fecha abaixo de 4% pela primeira vez desde 15 de outubro de 2010, tudo isso em uma jornada na qual o prêmio de risco espanhol fechou em 228 pontos básicos, em patamares mínimos desde junho de 2011.
No entanto, é cedo para comemorar. Apesar de premiar a consolidação fiscal que o país está realizando e as reformas do governo no mercado de trabalho, no sistema de previdência e no setor financeiro, a Fitch prevê que o crescimento seguirá sendo muito débil, com um crescimento do PIB em torno de 0,5% em 2014.
Embora mantenha a qualificação da dívida da Espanha em BBB, a mudança de perspectiva da economia espanhola anunciada ontem abre a porta para que as outras duas grandes agências de medição, Standard & Poor's e Moody's, sigam a mesma tendência e lancem uma mensagem positiva sobre a evolução da economia espanhola que se transfira por sua vez às empresas do país.
No governo espanhol as vozes são unânimes. O ministro da Economia e Competitividade, Luis de Guindos, concorda que houve uma mudança de 'inércia' da economia espanhola que poderia ver-se refletida nas previsões dos organismos internacionais como a Comissão Europeia e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
'A Espanha e o governo fizeram os deveres e a confiança está sendo recuperada', disse recentemente a ministra de Fomento, Ana Pastor.
Na mesma linha se manifestou o titular de Indústria, José Manuel Soria, que percebe também uma 'maior confiança e credibilidade' na economia espanhola, enquanto o secretário de Estado de Comércio, Jaime García-Legaz, acredita que operações como a de Gates na FCC põem a Espanha 'como foco de investimento em todos os mercados do mundo', e demonstra que o investimento estrangeiro está voltando.
Mas, apesar de reconhecer que os novos dados macroeconômicos encorajam, o presidente do governo, Mariano Rajoy, advertiu na semana passada que 'ainda resta muito' a fazer. EFECOM
Madri - A revisão em alta da perspectiva econômica da Espanha anunciada pela agência Fitch na sexta-feira respaldou a euforia suscitada ultimamente sobre a recuperação da confiança no país, um otimismo que foi impulsionado com a saída da recessão, as reformas adotadas e a chegada de capital estrangeiro.
Operações como a protagonizada pelo magnata das telecomunicações Bill Gates na construtora FCC, na qual desembarcou como segundo maior acionista, e a compra da empresa Mivisa por parte do grupo industrial americano Crown Holdings por 1,2 bilhão de euros são percebidos como um sinal que algo está mudando na economia espanhola.
Essa sensação havia sido antecipada pelo presidente do Banco Santander, Emilio Botín, que ressaltou em um ato em Nova York que tinha ocorrido uma mudança 'muito drástica' e que o atual 'é um momento fantástico para a Espanha' porque 'chega dinheiro de todas partes'.
A chegada de capital estrangeiro também pode ser notada no mercado imobiliário espanhol. Segundo os dados de autoridades do setor, a compra e venda imóveis efetuadas por estrangeiros na Espanha cresceu 13,6% até junho.
Além disso, de acordo com um estudo realizado pela empresa Knight Frank, os fundos internacionais estão dispostos a investir no próximo ano até 14 bilhões de euros no setor imobiliário espanhol.
A ligeira melhora das previsões macroeconômicas por parte do Executivo espanhol, que prevê um aumento de 0,7% do PIB para 2014 e um rebaixamento de décimos na taxa de desemprego até 25,9%, estão em sintonia com as previsões de Fitch, que se mostra confiante que a economia espanhola começará a recuperar-se em 2014 impulsionada pelas exportações líquidas.
Além disso, o rendimento do bônus espanhol a dez anos desceu ontem a 3,963%, com o que fecha abaixo de 4% pela primeira vez desde 15 de outubro de 2010, tudo isso em uma jornada na qual o prêmio de risco espanhol fechou em 228 pontos básicos, em patamares mínimos desde junho de 2011.
No entanto, é cedo para comemorar. Apesar de premiar a consolidação fiscal que o país está realizando e as reformas do governo no mercado de trabalho, no sistema de previdência e no setor financeiro, a Fitch prevê que o crescimento seguirá sendo muito débil, com um crescimento do PIB em torno de 0,5% em 2014.
Embora mantenha a qualificação da dívida da Espanha em BBB, a mudança de perspectiva da economia espanhola anunciada ontem abre a porta para que as outras duas grandes agências de medição, Standard & Poor's e Moody's, sigam a mesma tendência e lancem uma mensagem positiva sobre a evolução da economia espanhola que se transfira por sua vez às empresas do país.
No governo espanhol as vozes são unânimes. O ministro da Economia e Competitividade, Luis de Guindos, concorda que houve uma mudança de 'inércia' da economia espanhola que poderia ver-se refletida nas previsões dos organismos internacionais como a Comissão Europeia e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
'A Espanha e o governo fizeram os deveres e a confiança está sendo recuperada', disse recentemente a ministra de Fomento, Ana Pastor.
Na mesma linha se manifestou o titular de Indústria, José Manuel Soria, que percebe também uma 'maior confiança e credibilidade' na economia espanhola, enquanto o secretário de Estado de Comércio, Jaime García-Legaz, acredita que operações como a de Gates na FCC põem a Espanha 'como foco de investimento em todos os mercados do mundo', e demonstra que o investimento estrangeiro está voltando.
Mas, apesar de reconhecer que os novos dados macroeconômicos encorajam, o presidente do governo, Mariano Rajoy, advertiu na semana passada que 'ainda resta muito' a fazer. EFECOM