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MP vai investigar conta paralela de R$ 4 bilhões do BC

Investigação irá apurar a conta paralela de R$ 4 bilhões em um banco privado, capturada pelo Banco Central (BC)

Homem passa em frente a sede do Banco Central, em Brasília (Dado Galdieri/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2014 às 19h19.

Brasília - Na mesma linha adotada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal abriu investigação para apurar a conta paralela de R$ 4 bilhões em um banco privado, capturada pelo Banco Central (BC) e revelada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, em julho.

Está com a procuradora Ana Carolina Tannúz Diniz, titular do 4º Ofício de Atos Administrativos, a investigação aberta pelo Ministério Público.

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Em memorando na última sexta-feira para Ana Carolina, o também procurador da República Paulo José Rocha Júnior encaminhou, sob o título "documentação para autuação e distribuição" a reportagem original, publicada também no jornal O Estado de S. Paulo em 11 de julho.

A reportagem, que contou com dados oficiais confirmados pelo próprio Banco Central, revelou que um volume de R$ 4 bilhões foi encontrado em maio pelo BC em uma conta em separado de um banco privado nacional.

Esta conta, ou "grupamento contábil", no jargão técnico utilizado, escapava ao sistema de verificação fiscal automática do BC.

Por se tratar de um crédito da União, segundo o BC, o dinheiro "melhorou" as contas públicas em maio.

De acordo com o porta-voz do Banco Central, que concedeu duas entrevistas gravadas, o volume de R$ 4 bilhões "reduziu de R$ 15 bilhões para R$ 11 bilhões" o déficit primário registrado pelo governo em maio.

Aquele rombo, mesmo auxiliado pela descoberta, foi o pior registrado em toda a história para os meses de maio.

Depois da revelação, o próprio BC editou uma nota pública sobre o assunto. Na nota, o BC repetiu todas as informações e ainda afirmou que a operação do banco privado estava sendo analisada pela área de supervisão da autoridade monetária.

Como, até agora, é desconhecida a origem dos R$ 4 bilhões e a razão que motivou o banco privado a fazer a "mudança no seu registro contábil", segundo termos do BC, que fez com que o dinheiro ficasse em uma conta fora do radar do governo federal, o caso chamou a atenção do Ministério Público.

Na última sexta-feira, reportagem do Estado revelou que o MP junto ao TCU entrou com um requerimento para que o Tesouro Nacional e o Banco Central fossem "inspecionados". Agora, o caso chegou também ao Ministério Público Federal.

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