Moto elétrica pode trazer economia de R$ 1,4 mil por mês ao entregador, diz 99
Empresa planeja serviço em que veículos serão alugados e preço das recargas estará incluso
Repórter de macroeconomia
Publicado em 29 de maio de 2024 às 16h12.
Última atualização em 29 de maio de 2024 às 16h44.
A 99 fez um estudo para comparar os gastos que os motociclistas têm ao usar veículos a gasolina ou elétricos. A pesquisa apontou que a adoção de um modelo elétrico pode gerar economia de mais de R$ 1 mil por mês.
O levantamento foi realizado com dez entregadores em São Bernando do Campo, na Grande São Paulo, e apontou que um motociclista que rode 5 mil quilômetros por mês gasta em torno de R$ 900 com combustível, gasto que diminui ao usar um modelo elétrico. Outra fonte de economia vem do gasto menor de manutenção.
"O motociclista pode economizar até R$ 1,4 mil por mês trocando uma moto a pistão por uma moto elétrica", disse Thiago Hipolito, diretor de inovação da 99, no evento que marcou os dois anos de criação da Aliança pela Mobilidade Sustentável, nesta quarta, 29, em São Paulo.
A empresa planeja criar um modelo de aluguel de motos elétricas para entregadores, cujo valor incluiria o gasto com a recarga. As motos usariam baterias retráteis, a serem trocadas ao longo do dia: quando a carga estiver baixa, o condutor iria até uma estação de recarga, entregaria sua bateria vazia e receberia uma cheia. Bastaria colocá-la na moto e seguir viagem, sem precisar esperar pela recarga.
"É uma experiência muito similar à de um posto de gasolina, e você faz sem precisar de alguém para atender. Você chega em uma máquina, digita um código, entrega sua bateria e retira outra. A que você deixou fica sendo carregada para um usuário seguinte", explica Luis Gamper, diretor de Duas Rodas da 99.
O programa ainda não tem data para ser lançado. Nesta quarta-feira, 29, a 99 anunciou que pretende chegar a 2 mil motos elétricas em uso por seus parceiros até o final deste ano e a até 10 mil ao final de 2025. O plano inclui levar também estações de recarga para pelo menos cinco cidades do país. A lista de locais ainda não foi revelada.
Gamper conta que as elétricas devem chegar primeiro ao serviço de entregas: como o peso é menor, há menos necessidade de adaptações. O uso em mototáxi ficará para um segundo momento.
A 99 também fez uma parceria com o iFood para que ambas avancem com o uso de motos elétricas no delivery. O iFood tem um programa que aluga bicicletas elétricas a entregadores, que funciona desde 2020. Até 2022, o serviço tinha feito mais de 7 milhões de entregas e tinha 18 mil pessoas cadastradas.
A 99 é controlada pela Didi, que atua no mercado de transporte por aplicativo na China. Lá, o uso de frotas elétricas está disseminado de forma bem mais ampla. A Didi é um dos três maiores compradores de motos elétricas da China.