Moody's vê risco de crédito de bancos de montadoras
Agência de classificação de risco Moody's classifica esse cenário como negativo para as chamadas instituições financeiras "cativas" do setor automotivo
Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2014 às 18h02.
Ribeirão Preto - Relatório da agência de classificação de risco Moody's divulgado nesta segunda-feira, 14, aponta para o aumento nos riscos dos créditos concedidos por bancos de montadoras, após a queda nas vendas de veículos no primeiro semestre no Brasil e a revisão negativa nas estimativas para 2014.
Citando bancos como os da GM, PSA (Peugeot Citroën), Ford e Renault, a Moody's classifica esse cenário como negativo para as chamadas instituições financeiras "cativas" do setor automotivo , por conta da redução nos financiamentos e, consequentemente, dos ganhos desses credores.
O relatório ressalta ainda que as instituições financeiras das montadoras provavelmente tentarão compensar a queda na produção e das vendas com o aumento dos prazos dos financiamentos, bem como a redução do valor de entrada, para atrair possíveis compradores no segundo semestre.
Mas essas duas ações, segundo a Moody's, só aumentariam os riscos dos financiamentos.
Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgados semana passada apontam uma queda de 16,8% na produção e de 7,8% vendas internas de veículos nos seis primeiros meses de 2014, ante igual período de 2013.
A Anfavea revisou ainda as estimativas, antes positivas para o setor em 2014, para quedas de 10% na produção e de 5,4% nas vendas ante 2013.
O relatório da Moody's avalia que a alta recente na taxa básica de juros aumentou o custo para os bancos em geral, que foram obrigados a ampliar suas taxas de crédito.
Essas ações para preservar as margens das financeiras prejudicaram a demanda por financiamento de veículos.
No período de 12 meses encerrados em maio, o volume de financiamento para o setor caiu 2,7%, ante igual período anterior, para R$ 188,1 bilhões, segundo dados do Banco Central.
Com a queda, os bancos de montadoras, segundo a agência, tenderiam a oferecer taxas mais atrativas por serem subsidiados pelas companhias que produzem os veículos.
Mas, de acordo com o Banco Central, essas taxas subiram de uma média de 1,24% para 1,41% ao mês no período de um ano encerrado em maio, após um período de três meses de estabilidade.