Economia

Metade dos estudantes formados na China estão desempregados

O sistema educacional das universidades chinesas oferece um longo número de graduados em uma economia onde só há demanda por operários ou técnicos e não para universitários


	A taxa de desemprego urbano na China se manteve em 4,1% da população ativa no ano passado
 (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

A taxa de desemprego urbano na China se manteve em 4,1% da população ativa no ano passado (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2013 às 06h24.

Pequim - Quase 50% dos universitários recentemente graduados na China, que anualmente somam cerca de sete milhões, não encontram emprego, segundo um relatório do Ministério de Recursos Humanos e Seguridade Social do país, citado nesta segunda-feira pelos meios de comunicação chineses.

De acordo com o documento "Reforma e Desenvolvimento da Seguridade Social da China", se estima que mais de três milhões de estudantes, prestes a se graduarem, terão dificuldades na hora de procurar emprego, disse o porta-voz da instituição, Wang Yujun.

Existem pelo menos três razões para explicar as dificuldades dos estudantes chineses para encontrar emprego, segundo declarou à Agência Efe o diretor do Departamento de Investimentos Internacionais da Academia de Ciências Sociais da China (CASS), Zhang Ming.

O arrefecimento do crescimento econômico da China (que começou em 2012 ao crescer apenas 7,8%, e que na próxima década oscilará ao redor de 7%), contribui para o empenho dos graduados de ficar nas grandes cidades, onde se registram as altas taxas de desemprego, por receber melhores benefícios sociais (nas pequenas e médias cidades o problema do desemprego não é sério).

O sistema educacional das universidades chinesas oferece um longo número de graduados em uma economia onde só há demanda por operários ou técnicos e não para universitários.


O diretor do departamento de Finanças da Escola de Economia e Gerência de Tsinghua, Li Daokui, concordou com Zhang ao assinalar à Efe que a taxa de desemprego entre os universitários chineses aumentou por causa do arrefecimento do crescimento econômico da China e porque a economia do país ainda "não é capaz de criar empregos de alta categoria".

Por outro lado, o relatório ministerial também ressalta que atrasar a idade de aposentadoria - como pedem muitas vozes na China para que se adie dos 60 para os 65 anos - na situação atual, "não é uma opção viável".

Atualmente, o mercado de trabalho chinês é "incapaz" de satisfazer as demandas de quem busca emprego com 30% das ofertas de trabalho provenientes dos aposentados, considerou por sua vez o professor Deng Dasong da Universidade de Wuhan, citado pela "Xinhua".

A taxa de desemprego urbano na China - cujas autoridades não medem o desemprego - se manteve em 4,1% da população ativa no ano passado, a mesma porcentagem que em 2011, segundo números oficiais.

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