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Merkel disposta a ajudar Cameron a manter Reino Unido na UE

O primeiro-ministro se comprometeu a realizar um referendo, considerado arriscado, sobre a permanência do país na UE

O premier britânico, David Cameron: "Há claramente por parte do lado alemão a esperança de que a Grã-Bretanha continue a ser membro da União Europeia", disse Merkel (Ben Stansall/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2015 às 16h54.

A chanceler alemã, Angela Merkel, mostrou-se nesta sexta-feira aberta às reformas da União Europeia exigidas por seu colega britânico, David Cameron, decidida a ajudar a manter o Reino Unido no bloco europeu após um referendo previsto para 2017.

Angela Merkel prometeu "acompanhar de maneira construtiva" o processo de reforma da UE, sem rejeitar, a priori, a modificação dos tratados europeus, o que preocupa muito países membros, incluindo a França.

Reeleito recentemente, o primeiro-ministro David Cameron se comprometeu a realizar um referendo, considerado arriscado, sobre a permanência do país na UE.

Sob pressão dos eurocéticos, Cameron, que deseja que seu país permaneça em uma UE reformada, pretende recuperar algumas competências em nome da soberania do Parlamento britânico e endurecer as condições de acesso a ajudas sociais para os cidadãos da UE que vivem na Grã-Bretanha.

Após uma reunião nesta sexta-feira em Varsóvia com a primeira-ministra da Polônia, Ewa Kopacz, Cameron viajou a Berlim para um almoço de trabalho com Angela Merkel, como parte de seu giro europeu para convencer os seus parceiros que a UE deve passar por reformas.

Ele começou sua ofensiva diplomática na quinta-feira, quando se reuniu com o primeiro-ministro holandês Mark Rutte, em Haia, e com o presidente francês François Hollande em Paris.

"Há claramente por parte do lado alemão a esperança de que a Grã-Bretanha continue a ser membro da União Europeia", disse Merkel em uma coletiva de imprensa conjunta com Cameron.

Convidada a falar sobre as reformas pretendidas por Londres e suas implicações institucionais, Merkel declarou que "quando estamos convencidos de uma ideia, não podemos dizer que a modificação de um tratado é absolutamente impossível".

As modificações de tratados preocupam várias capitais, que temem que sejam impossíveis de implementar por falta de apoio público.

"A União Europeia mostrou no passado que, quando um Estado-membro tem um problema, ela pode ser suficientemente flexível, e tenho toda a confiança de que isso irá ocorrer novamente", disse Cameron.

Merkel lembrou que está fora de questão modificar o princípio da livre circulação de pessoas no interior da UE, ao passo que Cameron deseja limitar a imigração de países membros. No entanto, a chanceler lembrou que estava disposta a discutir formas de limitar o auxílio social para estrangeiros europeus, julgando que isso também era do interesse da Alemanha.

Muito hostil a uma saída do Reino Unido da União Europeia, Berlim compartilha uma proximidade ideológica com Londres em questões econômicas, principalmente sobre a necessidade de realizar reformas liberais, em favor da disciplina fiscal e da melhoria da competitividade, e para remover os obstáculos ao desenvolvimento do comércio mundial.

A Alemanha também teme ficar isolada como único grande país do norte dentro de uma UE dominada pelos países do sul.

Na parte da manhã, na Polônia, a reunião centrou-se em questões econômicas.

Com cerca de um milhão de seus cidadãos trabalhando na Grã-Bretanha, a Polônia rejeita qualquer flexibilidade que possa dar lugar a uma eventual diferença de tratamento entre eles e os britânicos, enquanto Cameron defende este tipo de projeto.

Durante seu encontro com o primeiro-ministro britânico, Ewa Kopacz confirmou que "a Polônia rejeitará qualquer discriminação", indicou através de sua conta no Twitter o ministro polonês de Assuntos Europeus, Rafal Trzaskowski, que havia previsto uma conversa difícil sobre este ponto.

No entanto, o ministro ressaltou que Cameron e Kopacz "chegaram a um acordo sobre a desregulação dentro da UE, o reforço da concorrência e o papel dos parlamentos nacionais".

Em um comunicado publicado após o encontro, Downing Street indicou que os dois chefes de governo "concordaram que existem questões sobre a interdependência entre a livre circulação e os sistemas nacionais de proteção social que precisam ser debatidas".

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A chanceler alemã, Angela Merkel, mostrou-se nesta sexta-feira aberta às reformas da União Europeia exigidas por seu colega britânico, David Cameron, decidida a ajudar a manter o Reino Unido no bloco europeu após um referendo previsto para 2017.

Angela Merkel prometeu "acompanhar de maneira construtiva" o processo de reforma da UE, sem rejeitar, a priori, a modificação dos tratados europeus, o que preocupa muito países membros, incluindo a França.

Reeleito recentemente, o primeiro-ministro David Cameron se comprometeu a realizar um referendo, considerado arriscado, sobre a permanência do país na UE.

Sob pressão dos eurocéticos, Cameron, que deseja que seu país permaneça em uma UE reformada, pretende recuperar algumas competências em nome da soberania do Parlamento britânico e endurecer as condições de acesso a ajudas sociais para os cidadãos da UE que vivem na Grã-Bretanha.

Após uma reunião nesta sexta-feira em Varsóvia com a primeira-ministra da Polônia, Ewa Kopacz, Cameron viajou a Berlim para um almoço de trabalho com Angela Merkel, como parte de seu giro europeu para convencer os seus parceiros que a UE deve passar por reformas.

Ele começou sua ofensiva diplomática na quinta-feira, quando se reuniu com o primeiro-ministro holandês Mark Rutte, em Haia, e com o presidente francês François Hollande em Paris.

"Há claramente por parte do lado alemão a esperança de que a Grã-Bretanha continue a ser membro da União Europeia", disse Merkel em uma coletiva de imprensa conjunta com Cameron.

Convidada a falar sobre as reformas pretendidas por Londres e suas implicações institucionais, Merkel declarou que "quando estamos convencidos de uma ideia, não podemos dizer que a modificação de um tratado é absolutamente impossível".

As modificações de tratados preocupam várias capitais, que temem que sejam impossíveis de implementar por falta de apoio público.

"A União Europeia mostrou no passado que, quando um Estado-membro tem um problema, ela pode ser suficientemente flexível, e tenho toda a confiança de que isso irá ocorrer novamente", disse Cameron.

Merkel lembrou que está fora de questão modificar o princípio da livre circulação de pessoas no interior da UE, ao passo que Cameron deseja limitar a imigração de países membros. No entanto, a chanceler lembrou que estava disposta a discutir formas de limitar o auxílio social para estrangeiros europeus, julgando que isso também era do interesse da Alemanha.

Muito hostil a uma saída do Reino Unido da União Europeia, Berlim compartilha uma proximidade ideológica com Londres em questões econômicas, principalmente sobre a necessidade de realizar reformas liberais, em favor da disciplina fiscal e da melhoria da competitividade, e para remover os obstáculos ao desenvolvimento do comércio mundial.

A Alemanha também teme ficar isolada como único grande país do norte dentro de uma UE dominada pelos países do sul.

Na parte da manhã, na Polônia, a reunião centrou-se em questões econômicas.

Com cerca de um milhão de seus cidadãos trabalhando na Grã-Bretanha, a Polônia rejeita qualquer flexibilidade que possa dar lugar a uma eventual diferença de tratamento entre eles e os britânicos, enquanto Cameron defende este tipo de projeto.

Durante seu encontro com o primeiro-ministro britânico, Ewa Kopacz confirmou que "a Polônia rejeitará qualquer discriminação", indicou através de sua conta no Twitter o ministro polonês de Assuntos Europeus, Rafal Trzaskowski, que havia previsto uma conversa difícil sobre este ponto.

No entanto, o ministro ressaltou que Cameron e Kopacz "chegaram a um acordo sobre a desregulação dentro da UE, o reforço da concorrência e o papel dos parlamentos nacionais".

Em um comunicado publicado após o encontro, Downing Street indicou que os dois chefes de governo "concordaram que existem questões sobre a interdependência entre a livre circulação e os sistemas nacionais de proteção social que precisam ser debatidas".

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