Economia

MERCADOS - Se depender de declarações, semana já começa mal

Depois de uma semana negra, com dólar fechado a R$ 3,015, a Bovespa ter registrado queda de 4,64% apenas na sexta-feira, e o risco-país ser cotado em 2000 pontos, índice recorde histórico, os mercados financeiros não tem muito com o que se animar nesta segunda-feira (28/07). O Brasil deve digerir duas declarações uma de Fernando […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h20.

Depois de uma semana negra, com dólar fechado a R$ 3,015, a Bovespa ter registrado queda de 4,64% apenas na sexta-feira, e o risco-país ser cotado em 2000 pontos, índice recorde histórico, os mercados financeiros não tem muito com o que se animar nesta segunda-feira (28/07).

O Brasil deve digerir duas declarações uma de Fernando Henrique Cardoso e outra de Paul O Neil, secretário do tesouro dos Estados Unidos dadas durante o fim de semana.

FHC afirmou, em visita ao Equador, que o Brasil não negocia valores com o Fundo Monetário Internacional (FMI), e O Neil, que virá ao Brasil no início de agosto, disse que o Brasil precisa "pôr em prática políticas (econômicas) que assegurem que o dinheiro que recebem seja bem aproveitado, e não apenas saia do país direto para uma conta na Suíça." O secretário afirmou ontem que não oferecerá ajuda financeira durante a visita que fará ao Brasil.

Na sexta-feira, FHC disse, no Equador, que o Brasil deve avaliar nesta semana se vai recorrer ao FMI. Ele reafirmou que o país mantém contatos com o FMI, mas voltou a negar que haja uma negociação formal em curso para o desembolso de novos recursos. "Negociações existem e haverá que se levar adiante. Agora, não se faz uma negociação dessas assim, de repente, sem mais. No curso dessa próxima semana, espero que possamos ter mais calma para ver realmente do que precisamos", afirmou FHC.

Para esta segunda-feira, só deve ser divulgado o resultado da balança comercial da quarta semana de julho, estimado em 150 milhões de dólares de superávit.

A Fundação Getúlio Vargas deve anunciar nesta terça-feira o IGP-M do mês, estimado pelo mercado entre 1,7% e 1,9% _pressionado pelos reajustes dos combustíveis e pelo repasse da variação cambial aos preços do atacado.

Durante a semana, o mercado aguarda para a próxima quarta-feira (30/07) o fim do prazo estipulado pelo Banco Central para vender dólares diariamente na tentativa de conter a alta da moeda americana. O governo ainda não informou se vai manter esse tipo de intervenção para segurar a desvalorização do real. Desde a primeira semana de julho, o BC vendeu 50 milhões de dólares diários ao mercado de câmbio, totalizando, até a última sexta-feira, 1,35 bilhões. Para esta terça-feira, está previsto o leilão de 300 mil NTN-C, com vencimento em abril de 2008, e de até 300 mil NTN-C, vencendo em julho de 2017, e só será aceito dinheiro como pagamento.

Para completar o início de semana tenso, o grupo de telecomunicações americano Qwest Communications International Inc., que está sob investigação por suas práticas contábeis, confirmou que usou métodos impróprios de contabilidade entre 1999 e 2001 e irá rever seus resultados financeiros em 1,16 bilhão de dólares. A companhia telefônica dos EUA, que atua em 14 Estados, também reviu suas previsões financeiras para 2002, citando a atual crise no setor de telecomunicações, a forte competição e refreamento da economia local.

Política

Na área política, a CNT/Sensus cancelou a divulgação de uma pesquisa nesta segunda-feira. A divulgação foi cancelada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em resposta a um pedido da coligação PMDB-PSDB. No último levantamento da CNT/Sensus, Lula (PT) tinha 36%, Serra (PSDB), 21%, Ciro (PPS), 14%, e Garotinho (PSB), 13%. O levantamento da CNT também avalia a popularidade do presidente FHC.

Segundo o BBV, o vice-procurador eleitoral Paulo da Rocha Campos entregou parecer ao TSE defendendo a suspensão da divulgação da pesquisa CNT/Sensus, feita entre 22 e 25 de julho. O pedido de suspensão foi feito pelo candidato José Serra (PSDB). Para Campos, há probabilidade de que o eleitor tenha sido influenciado pela avaliação dos governantes, uma vez que os pesquisados foram questionados inicialmente sobre o desempenho dos chefes do Executivo municipal, estadual e federal para, depois, revelarem sua intenção de voto para presidente.

Na terça, porém, está prevista a divulgação de mais um levantamento do Ibope, encomendada pela TV Globo. O Instituto Toledo & Associados, contratado pela Três Editorial/Revista IstoÉ, fez levantamento de quinta passada até domingo (28), e o DataFolha fará levantamento no dia 30. As três pesquisas poderão ter divulgação a partir do dia 30.

Estados Unidos

No cenário internacional, a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos votou no sábado uma proposta que dará ao presidente norte-americano, George W. Bush, poder de negociar amplos acordos comerciais. A iniciativa é um passo a mais na direção de devolver à Casa Branca, após oito anos, tais poderes.

A Câmara aprovou com pequena diferença de votos, 215 a favor e 212 contra, a chamada "trade promotion authority" -- TPA -- (autoridade de promover o comércio). Apenas 25 Democratas votaram a favor do projeto de lei.

O Senado, que tem alguns dias a mais que a Câmara para se posicionar sobre a lei, deve levá-la a votação na próxima semana e depois enviá-la a Bush para formalização como lei.

O pacote de medidas é essencial para a atual agenda de comércio da Casa Branca, que pretende expandir a comercialização de produtos e serviços norte-americanos para o exterior. Isso inclui a finalização da zona de livre comércio das Américas até janeiro de 2005.

No Brasil, a medida foi recebida com restrições. Durante a cúpula da América do Sul, realizada no Equador, o Brasil foi o mais pessimista. O chanceler Celso Lafer disse à agência de notícias Reuters que "pelas informações que temos, há tendências positivas e, ao mesmo tempo, tendências restritivas" no poder negociador que foi dado ao presidente norte-americano.

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