Economia

Mercados podem errar com o Brasil como no futebol, diz Nobel de Economia

"Os mercados mundiais estão fazendo caretas de desprezo ao Brasil neste momento. Mas podem estar tão equivocados a respeito da economia brasileira quanto estiveram os especialistas a respeito do futebol brasileiro", afirma Joseph Stiglitz, economista. Stiglitz, prêmio Nobel de Economia no ano passado, afirmou em artigo no jornal espanhol "El País", intitulado "Tres hurras por […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h39.

"Os mercados mundiais estão fazendo caretas de desprezo ao Brasil neste momento. Mas podem estar tão equivocados a respeito da economia brasileira quanto estiveram os especialistas a respeito do futebol brasileiro", afirma Joseph Stiglitz, economista.

Stiglitz, prêmio Nobel de Economia no ano passado, afirmou em artigo no jornal espanhol "El País", intitulado "Tres hurras por Brasil", publicado ontem, que o Brasil pode ter o mesmo desempenho, ou recuperação, na economia como teve no futebol, sendo pentacampeão Mundial.

"De fato o Brasil, nos últimos anos, criou uma democracia vibrante com uma economia forte. Merece um voto de confiança dos investidores e dos líderes políticos", afirma ele. "E como toda economia vibrante, há pontos de vista diferentes."

Para Stiglitz, no Brasil há respeito aos temas-chave e há consenso político ("não unanimidade, mas ninguém deve esperar por isso"). "Ninguém quer a hiperinflação de volta."

O economista elogia a performance de Armínio Fraga, seu ex-aluno, na condução da política econômica do país. "Mas por trás há uma instituição forte, com a capacidade analítica de um Banco Central de primeira ordem."

Para ele, a abertura e o aumento de transparência no Banco Central do país é "um exemplo para os bancos centrais de todo o mundo". No artigo, Stiglitz elogia ainda a privatização nas telecomunicações e o controle realizado pela Anatel.

Até mesmo em um ponto polêmico, que é a relação dívida-PIB do país, Stiglitz a classifica como moderada: "Menor que a dos Estados Unidos, quando Bill Clinton assumiu a presidência e muito menor que a do Japão e de muitos países da Europa".

Na visão do economista, a solução para a relação dívida-PIB, porém, é a última discussão no momento para o mercado financeiro: exportações. "Com exportações fortes, não terá nenhum problema para equacionar essa dívida."

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