Economia

Previsão para avanço do PIB de 2019 fica abaixo de 2% pela 1ª vez

De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, expectativa dos economistas piorou em relação à semana anterior pela quinta vez consecutiva

Mercado prevê dólar em R$ 3,70 no fim deste ano (Priscila Zambotto/Getty Images)

Mercado prevê dólar em R$ 3,70 no fim deste ano (Priscila Zambotto/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 1 de abril de 2019 às 09h03.

Última atualização em 1 de abril de 2019 às 10h32.

A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - caiu de 2% para 1,98% este ano. Foi a quinta redução consecutiva.

O mercado voltou a reduzir as expectativas para a atividade econômica brasileira na Pesquisa Focus desta segunda-feira, com a estimativa para este ano indo abaixo de 2% pela primeira vez.

A expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 caiu a 1,98% no levantamento divulgado nesta semana, ante 2,00% na semana anterior. Para 2020 também houve piora do cenário, com a expansão passando a ser estimada em 2,75 por cento, de 2,78 por cento.

O resultado acontece na esteira da piora das perspectivas para a produção industrial, com os economistas consultados calculando crescimento de 2,50 por cento em 2019, contra 2,57 por cento antes. Para 2020 a expectativa de aumento da produção industrial foi mantida em 3 por cento.

Na semana passada, o BC piorou sua projeção de crescimento do PIB em 2019 a 2,0 por cento, contra 2,4 por cento antes, citando a fraqueza observada na atividade no fim do ano passado, consequências da tragédia de Brumadinho (MG) e menor perspectiva para a safra agrícola neste ano.

Inflação

Para a inflação, permanecem no Focus as contas de alta do IPCA de 3,89 por cento este ano e de 4,00 no próximo. O centro da meta oficial de 2019 é de 4,25 por cento e, de 2020, de 4 por cento, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A meta de inflação deste ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. A estimativa para 2020 está no centro da meta: 4%. Essa meta tem intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Para 2021, o centro da meta é 3,75%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. O CMN ainda não definiu a meta de inflação para 2022.

Taxa Selic

Para controlar a inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic. Para o mercado financeiro, a Selic deve permanecer no seu mínimo histórico de 6,5% ao ano, até o fim de 2019.

Para o fim de 2020, a projeção segue em 7,50% ao ano. Para o fim de 2020 e 2021, a expectativa permanece em 8% ao ano.

A Selic, que serve de referência para os demais juros da economia, é a taxa média cobrada nas negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).

A manutenção da Selic, como prevê o mercado financeiro este ano, indica que o Copom considera as alterações anteriores nos juros básicos suficientes para chegar à meta de inflação.

Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo.

Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de ficar acima da meta de inflação.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Dólar

A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar permanece em R$ 3,70 no fim do ano e em R$ 3,75 no fim de 2020.

Acompanhe tudo sobre:Boletim FocusDólarInflaçãoPIB do BrasilSelic

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega