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Mercado espera mais uma redução na Selic

A expectativa de um novo corte na taxa de juros básica da economia chega acompanhada de dúvidas sobre a reação do Comitê de Política Monetária (Copom) aos índices de inflação divulgados na semana passada. Reunidos desde ontem, os integrantes do Copom deverão considerar na decisão sobre a Selic, que será anunciada nesta quarta-feira (14/4), a […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h57.

A expectativa de um novo corte na taxa de juros básica da economia chega acompanhada de dúvidas sobre a reação do Comitê de Política Monetária (Copom) aos índices de inflação divulgados na semana passada. Reunidos desde ontem, os integrantes do Copom deverão considerar na decisão sobre a Selic, que será anunciada nesta quarta-feira (14/4), a alta na expectativa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), observada pela pesquisa Focus do Banco Central (BC). A trajetória descendente nas projeções do IPCA para os próximos 12 meses, iniciada em janeiro, foi interrompida nesta semana, quando a pesquisa mostrou que as previsões passaram de uma inflação de 5,38% para 5,48%.

Na avaliação dos analistas da consultoria Global Invest, o Copom deverá se restringir à "análise do comportamento recente da inflação". "O declínio do IPCA ratifica nova redução dos juros e, principalmente, dá sustentação ao quadro de realinhamento das expectativas futuras, que ocorreu com a redução dos juros em março."

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O novo corte permitirá que a economia passe a ter uma taxa real (juros deflacionados, que são decisivos para a definição de novos investimentos privados no país) um pouco menor - apesar de continuar no topo das maiores do mundo. Caso o comitê decida manter a Selic em 16,25%, os juros reais projetados para os próximos 12 meses subirão de 10% ao ano para 10,2% ao ano, segundo a Global Invest.

Para o gerente de Risco de Mercado do Banco BNL do Brasil, Everton Gonçalves, "a queda para 16% sancionaria as expectativas do mercado futuro de juros". Ontem, o contrato para maio fechou cotado a 15,84% ao ano na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), 0,03 ponto percentual menor ao registrado no fechamento de segunda-feira. O contrato para janeiro de 2005, o de maior liquidez no mercado de juros futuros, registrou desvalorização de 0,07 ponto percentual, fechando a 15,29% ao ano.

Na avaliação de Gonçalves, os indicadores da economia (produção da indústria, taxa de desemprego, vendas no comércio, etc.) já sinalizam um desaquecimento no ritmo de atividade. Se ainda persistirem dúvidas quanto à pressão da demanda sobre a inflação, considerada inexistente, basta observar os números da produção industrial do Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE), que apontam queda de 4% nos últimos três meses. "Isto é no mínimo preocupante. Outro sinal de fumaça ( da desaceleração da economia brasileira ) é a queda da confiança do consumidor", afirmou ele.

2004
Março
16,25% ao ano
Fevereiro
16,5% ao ano
Janeiro
16,5% ao ano

2003
Dezembro
16,5% ao ano
Novembro
17,5% ao ano
Outubro
19% ao ano
Setembro
20% ao ano

Fonte: BC
Clique aqui para ver a série histórica da Selic desde 5/3/1999

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