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Meirelles se reúne com Temer para analisar economia do país

Segundo Meirelles, Temer “corretamente” não se manifestou sobre diversos assuntos, porque ainda aguarda pronunciamento do Senado Federal [sobre impeachment].

Meirelles: ex-presidente do Banco Central disse que país tem tudo para crescer, como já ocorreu antes, a taxas elevadas e por períodos prolongados (Paulo Whitaker/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2016 às 09h42.

O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles disse hoje (23), após reunião com Michel Temer , que a conversa foi sobre o diagnóstico da economia brasileira , assim como o vice fez com outros especialistas.

Segundo ele, Temer “corretamente” não se manifestou sobre diversos assuntos, porque ainda aguarda pronunciamento do Senado Federal [sobre impeachment] e só a partir daí se pronunciará.

“Dei a ele [Temer] a minha visão, o que acho, de qual é a situação, quais as razões da presente contração econômica, o que acontecerá, o que pode ser feito etc”, afirmou. Meirelles negou ter sido convidado para comandar a economia em um eventual governo Temer, mas destacou que, mesmo se não for ministro, estará disposto a ajudar. “Não trabalho com hipóteses. Sempre fiz isso na minha vida profissional toda”, destacou.

Para ele, "é preciso tomar medidas que sinalizem claramente que a trajetória de crescimento da dívida pública vai ser revertida no devido prazo, e que, a partir daí, a confiança possa aumentar e com o aumento da confiança, aí sim, os investimentos possam aumentar e, a partir daí, a atividade econômica”.

Meirelles disse ainda que existem muitas oportunidades no país, mas, “evidentemente”, a questão principal é a resolução da questão política.

“A partir daí o redirecionamento econômico segue naturalmente”. Meirelles ainda destacou como espera que seja o combate à inflação. Ele enfatizou que o Banco Central tem um remédio clássico, testado durante décadas em diversos países e testado também com sucesso no Brasil, que é uma política monetária adequada. “Com isso, a inflação tende a convergir para a meta com boa coordenação das expectativas de inflação. Acredito que essa não deveria ser uma dificuldade no Brasil”, afirmou.

Para ele, outra questão “mais importante no Brasil” a ser enfrentada é a alta carga tributária. Isso que tem, de fato, que ser enfrentado no país de forma estrutural, assim como o crescimento das despesas públicas, ressaltou. "Evidentemente, é uma questão para ser tratada de forma objetiva, dentro de uma visão de prioridades pelas autoridades que estão ou estiverem no cargo”, disse.

Meirelles disse também que o Brasil tem tudo para crescer, como já ocorreu antes, a taxas elevadas e por períodos prolongados. Segundo ele, o país tem tudo para voltar a crescer, mas a questão é a retomada da confiança dos investidores e de ter uma clara trajetória de dívida púbica que seja sustentável e percebida por todos, com medidas pró-crescimento para viabilizar investimentos.

Ele minimizou as reações do mercado ao noticiário político. “O mercado reage de forma diversa, mas tenderá a reagir a medidas concretas de novo, que sinalizem uma sustentabilidade do Estado brasileiro a longo prazo e que possam viabilizar a economia a funcionar de forma mais eficiente, dentro de experiências que o Brasil, inclusive, já teve e tem, como vemos também em outros países”, disse.

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O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles disse hoje (23), após reunião com Michel Temer , que a conversa foi sobre o diagnóstico da economia brasileira , assim como o vice fez com outros especialistas.

Segundo ele, Temer “corretamente” não se manifestou sobre diversos assuntos, porque ainda aguarda pronunciamento do Senado Federal [sobre impeachment] e só a partir daí se pronunciará.

“Dei a ele [Temer] a minha visão, o que acho, de qual é a situação, quais as razões da presente contração econômica, o que acontecerá, o que pode ser feito etc”, afirmou. Meirelles negou ter sido convidado para comandar a economia em um eventual governo Temer, mas destacou que, mesmo se não for ministro, estará disposto a ajudar. “Não trabalho com hipóteses. Sempre fiz isso na minha vida profissional toda”, destacou.

Para ele, "é preciso tomar medidas que sinalizem claramente que a trajetória de crescimento da dívida pública vai ser revertida no devido prazo, e que, a partir daí, a confiança possa aumentar e com o aumento da confiança, aí sim, os investimentos possam aumentar e, a partir daí, a atividade econômica”.

Meirelles disse ainda que existem muitas oportunidades no país, mas, “evidentemente”, a questão principal é a resolução da questão política.

“A partir daí o redirecionamento econômico segue naturalmente”. Meirelles ainda destacou como espera que seja o combate à inflação. Ele enfatizou que o Banco Central tem um remédio clássico, testado durante décadas em diversos países e testado também com sucesso no Brasil, que é uma política monetária adequada. “Com isso, a inflação tende a convergir para a meta com boa coordenação das expectativas de inflação. Acredito que essa não deveria ser uma dificuldade no Brasil”, afirmou.

Para ele, outra questão “mais importante no Brasil” a ser enfrentada é a alta carga tributária. Isso que tem, de fato, que ser enfrentado no país de forma estrutural, assim como o crescimento das despesas públicas, ressaltou. "Evidentemente, é uma questão para ser tratada de forma objetiva, dentro de uma visão de prioridades pelas autoridades que estão ou estiverem no cargo”, disse.

Meirelles disse também que o Brasil tem tudo para crescer, como já ocorreu antes, a taxas elevadas e por períodos prolongados. Segundo ele, o país tem tudo para voltar a crescer, mas a questão é a retomada da confiança dos investidores e de ter uma clara trajetória de dívida púbica que seja sustentável e percebida por todos, com medidas pró-crescimento para viabilizar investimentos.

Ele minimizou as reações do mercado ao noticiário político. “O mercado reage de forma diversa, mas tenderá a reagir a medidas concretas de novo, que sinalizem uma sustentabilidade do Estado brasileiro a longo prazo e que possam viabilizar a economia a funcionar de forma mais eficiente, dentro de experiências que o Brasil, inclusive, já teve e tem, como vemos também em outros países”, disse.

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