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Mantega: não devemos poupar armas contra a inflação

Ministro da Fazenda ainda culpa os preços das commodities por problemas brasileiros, que sofrem com climas adversos e o aumento do consumo em nações em desenvolvimento

Guido Mantega acredita que estimular a oferta de produtos agrículos e impedir que a inflação afeta outros setores são saídas válidas para o quadro econômico (Renato Araújo/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2011 às 13h48.

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que um ajuste importante que o governo busca fazer na economia se refere ao combate à inflação que, segundo ele, também decorre de um "surto inflacionário mundial". Mantega argumentou que, apesar de a inflação brasileira ter chegado a 6,30% em março, no acumulado de 12 meses, outros países do mundo enfrentam altas ainda maiores de preços, como Rússia, Índia e Argentina. "Estamos conseguindo conter mais a inflação do que outros países. No Reino Unido e na China, a inflação também está maior do que foi no ano passado, mas os Estados Unidos ainda não captaram a inflação do petróleo", acrescentou o ministro, que participou hoje de reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

Ele voltou a jogar parte da culpa pelo problema na alta dos preços das commodities, que registram elevação de 37,8% em 12 meses, com crescimento de 43,2% apenas nos alimentos. "A primeira razão é o choque de oferta, ou seja, faltam commodities devido a questões climáticas, como chuvas e secas. Em segundo lugar houve aumento do consumo das commodities em países em desenvolvimento", destacou.

Além disso, o ministro citou a crise política no Oriente Médio e no Norte da África, que pressiona o preço do petróleo. "E por último há as políticas monetárias expansionistas dos países avançados, como os EUA e a Europa, que estão com políticas frouxas, de expansão fácil da moeda, colocando muitos dólares na economia mundial. Esses dólares não vão para consumo ou investimento, vão para a especulação de commodities", afirmou.

Segundo ele, diante desse contexto mundial complexo, não adianta, para o governo, tomar medidas para atacar questões que ocorrem no mercado internacional. "As medidas que estamos tomando são para que os custos de commodities não contaminem outros setores da economia. Não devemos poupar armas, devemos usar todas as possíveis, sejam armas monetárias, sejam armas fiscais", acrescentou, ponderando que o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, daria maiores explicações.

Outra alternativa, disse Mantega, é estimular a oferta de produtos agrícolas, já que o Brasil tem vantagem nesse setor. "Além disso, o corte das despesas públicas tem como objetivo a consolidação fiscal, mas também favorece a queda da inflação. Também é muito importante reduzir o aumento do crédito", afirmou. "Não é para derrubar a demanda, é para moderar, sem matar a galinha dos ovos de ouro que é o mercado interno brasileiro", concluiu.

Investimentos

Mantega afirmou ainda ser importante que o crescimento dos investimentos no Brasil continue a apresentar taxas mais elevadas que as do Produto Interno Bruto (PIB) e as da demanda, para que o País tenha uma expansão de "qualidade". Durante discurso no CDES, ele apresentou projeções do ministério para o crescimento do investimento em 10,4% em 2011, enquanto as previsões para o PIB e o consumo das famílias seriam de 4,5% e 5,6%, respectivamente. "Queremos crescimento do PIB em 5% nos próximos anos", afirmou.

O ministro previu que o volume de criação de empregos este ano será menor que o de 2010, considerado "exuberante" por ele. No ano passado, foram geradas 2,5 milhões de vagas com carteira assinada e o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, ainda prevê um saldo maior para 2011, de 3 milhões de postos formais. Mantega disse hoje, porém, que a desaceleração do mercado de trabalho já pode ser percebida a partir dos dados de março.

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Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que um ajuste importante que o governo busca fazer na economia se refere ao combate à inflação que, segundo ele, também decorre de um "surto inflacionário mundial". Mantega argumentou que, apesar de a inflação brasileira ter chegado a 6,30% em março, no acumulado de 12 meses, outros países do mundo enfrentam altas ainda maiores de preços, como Rússia, Índia e Argentina. "Estamos conseguindo conter mais a inflação do que outros países. No Reino Unido e na China, a inflação também está maior do que foi no ano passado, mas os Estados Unidos ainda não captaram a inflação do petróleo", acrescentou o ministro, que participou hoje de reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

Ele voltou a jogar parte da culpa pelo problema na alta dos preços das commodities, que registram elevação de 37,8% em 12 meses, com crescimento de 43,2% apenas nos alimentos. "A primeira razão é o choque de oferta, ou seja, faltam commodities devido a questões climáticas, como chuvas e secas. Em segundo lugar houve aumento do consumo das commodities em países em desenvolvimento", destacou.

Além disso, o ministro citou a crise política no Oriente Médio e no Norte da África, que pressiona o preço do petróleo. "E por último há as políticas monetárias expansionistas dos países avançados, como os EUA e a Europa, que estão com políticas frouxas, de expansão fácil da moeda, colocando muitos dólares na economia mundial. Esses dólares não vão para consumo ou investimento, vão para a especulação de commodities", afirmou.

Segundo ele, diante desse contexto mundial complexo, não adianta, para o governo, tomar medidas para atacar questões que ocorrem no mercado internacional. "As medidas que estamos tomando são para que os custos de commodities não contaminem outros setores da economia. Não devemos poupar armas, devemos usar todas as possíveis, sejam armas monetárias, sejam armas fiscais", acrescentou, ponderando que o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, daria maiores explicações.

Outra alternativa, disse Mantega, é estimular a oferta de produtos agrícolas, já que o Brasil tem vantagem nesse setor. "Além disso, o corte das despesas públicas tem como objetivo a consolidação fiscal, mas também favorece a queda da inflação. Também é muito importante reduzir o aumento do crédito", afirmou. "Não é para derrubar a demanda, é para moderar, sem matar a galinha dos ovos de ouro que é o mercado interno brasileiro", concluiu.

Investimentos

Mantega afirmou ainda ser importante que o crescimento dos investimentos no Brasil continue a apresentar taxas mais elevadas que as do Produto Interno Bruto (PIB) e as da demanda, para que o País tenha uma expansão de "qualidade". Durante discurso no CDES, ele apresentou projeções do ministério para o crescimento do investimento em 10,4% em 2011, enquanto as previsões para o PIB e o consumo das famílias seriam de 4,5% e 5,6%, respectivamente. "Queremos crescimento do PIB em 5% nos próximos anos", afirmou.

O ministro previu que o volume de criação de empregos este ano será menor que o de 2010, considerado "exuberante" por ele. No ano passado, foram geradas 2,5 milhões de vagas com carteira assinada e o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, ainda prevê um saldo maior para 2011, de 3 milhões de postos formais. Mantega disse hoje, porém, que a desaceleração do mercado de trabalho já pode ser percebida a partir dos dados de março.

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