Mantega ironiza Meirelles durante evento
Por Anne Warth Durante jantar de fim de ano organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo, na noite desta quinta-feira (26), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não perdeu a oportunidade de fazer uma provocação ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que também participou do evento. Mantega, que discursou logo depois […]
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2009 às 13h58.
Por Anne Warth
Durante jantar de fim de ano organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo, na noite desta quinta-feira (26), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não perdeu a oportunidade de fazer uma provocação ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que também participou do evento. Mantega, que discursou logo depois de Meirelles, disse que o presidente do BC estava "muito eloquente" e que tinha falado tudo que ele gostaria de ter discutido em sua participação no evento. "Não sei se é porque ele está criando novos hábitos de banqueiro, político, mas ele falou até da questão social", ironizou Mantega, referindo-se a Meirelles, que recentemente se filiou ao PMDB e deve se candidatar ao governo de Goiás nas eleições de 2010.
Em seus discursos, Mantega e Meirelles ressaltaram que, passado o pior momento da crise financeira internacional no País, o Brasil terá que administrar seu sucesso. Sem citar nomes, o presidente do BC disse ter encontrado um dos mais importantes analistas de mercado durante o evento da Febraban, que revisou para cima a previsão de crescimento do País em 2010. "Eu disse calma, calma, não precisa continuar nesse ritmo", afirmou, provavelmente referindo-se a Octavio de Barros, do Bradesco, que reviu a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) de 2010, no início desta semana, de 5,4% para 6,1%.
Mantega, por sua vez, disse que a crise mundial foi "virulenta", mas o Brasil não foi pego de "calças curtas". Na avaliação dele, a crise postergou alguns avanços que a economia brasileira vinha alcançando, mas o crédito e a demanda doméstica já foram restabelecidos. O ministro comentou também a decisão de Dubai de pedir seis meses de moratória da dívida do grupo estatal Dubai World, que tem passivos de quase US$ 60 bilhões. A notícia derrubou as bolsas em todo o mundo nesta quinta-feira. "Eu acho que não vai causar nenhum problema no Brasil. O problema já aconteceu no âmbito internacional", afirmou.