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Mantega diz que a desaceleração da China seria um risco para o Brasil

Como a China importa muita matéria-prima brasileira, um menor ritmo do gigante asiático pode reduzir o dinamismo da economia nacional

Segundo ele, o comércio exterior é o caminho mais provável por onde pode haver contágio da crise internacional para o País (Paulo Whitaker/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2011 às 22h31.

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega , advertiu hoje que, embora o epicentro da crise esteja na Europa, o maior "perigo" para o Brasil vem da Ásia. Ao avaliar o cenário de "crise crônica" no exterior, durante reunião de coordenação política no Palácio do Planalto, com a presidente Dilma Rousseff, Mantega afirmou, em entrevista, que está "torcendo" para que não haja uma desaceleração da economia da China.

Segundo ele, o comércio exterior é o caminho mais provável por onde pode haver contágio da crise internacional para o País. Como a China é o maior parceiro comercial do Brasil, um menor ritmo do gigante asiático pode reduzir o dinamismo da economia nacional.

Mantega afirmou que o crédito internacional "secou" e, embora ainda não atinja o Brasil, que "infelizmente exporta mais commodities", já afeta países exportadores de bens manufaturados, como é o caso chinês.

"Até agora não fomos afetados no comércio exterior, que é por onde aconteceria o contágio", disse. "O perigo é que, com a contração da economia mundial, que vai suceder essa crise, países emergentes dinâmicos, como a China, sejam afetados. Temos de torcer para que a economia chinesa não tenha uma desaceleração. Essa é a nossa preocupação, porque aí sim nos afeta", argumentou. "O nosso temor é que isso acabe comprometendo o comércio entre países emergentes, que se mantém em patamar elevado", acrescentou.

Europa

Mantega participou da reunião de coordenação política no Palácio do Planalto. O ministro destacou como positivo o fato de a primeira-ministra alemã, Ângela Merkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, terem se comprometido com um programa de ajuda aos bancos e à Grécia, mas criticou o fato de os dois países sinalizarem com uma solução apenas em 20 dias.


"Os europeus sempre demoram para dar as soluções e quando elas vêm, já chegaram tarde e eles precisam tomar mais medidas para dar conta deste problema", afirmou o ministro. Mantega deu ainda outra cutucada nos europeus, ao falar da atuação política econômica brasileira: "O Brasil nunca está parado, quem está parado são eles".

Mantega salientou que é preciso evitar que o atual quadro de crise se "agudize", trazendo de volta turbulências tão fortes quanto às vividas em 2008, na quebra do banco americano Lehman Brothers. "É preciso evitar que bancos e países quebrem", advertiu o ministro. Ele disse que o Brasil pode ajudar a Europa por meio do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Mantega disse que, embora o mercado financeiro tenha se acalmado, o momento é de volatilidade, demandando cautela. "Não acredito que tenhamos superado a crise", afirmou, destacando ser necessário que se aprove o fundo europeu de estabilização.

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Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega , advertiu hoje que, embora o epicentro da crise esteja na Europa, o maior "perigo" para o Brasil vem da Ásia. Ao avaliar o cenário de "crise crônica" no exterior, durante reunião de coordenação política no Palácio do Planalto, com a presidente Dilma Rousseff, Mantega afirmou, em entrevista, que está "torcendo" para que não haja uma desaceleração da economia da China.

Segundo ele, o comércio exterior é o caminho mais provável por onde pode haver contágio da crise internacional para o País. Como a China é o maior parceiro comercial do Brasil, um menor ritmo do gigante asiático pode reduzir o dinamismo da economia nacional.

Mantega afirmou que o crédito internacional "secou" e, embora ainda não atinja o Brasil, que "infelizmente exporta mais commodities", já afeta países exportadores de bens manufaturados, como é o caso chinês.

"Até agora não fomos afetados no comércio exterior, que é por onde aconteceria o contágio", disse. "O perigo é que, com a contração da economia mundial, que vai suceder essa crise, países emergentes dinâmicos, como a China, sejam afetados. Temos de torcer para que a economia chinesa não tenha uma desaceleração. Essa é a nossa preocupação, porque aí sim nos afeta", argumentou. "O nosso temor é que isso acabe comprometendo o comércio entre países emergentes, que se mantém em patamar elevado", acrescentou.

Europa

Mantega participou da reunião de coordenação política no Palácio do Planalto. O ministro destacou como positivo o fato de a primeira-ministra alemã, Ângela Merkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, terem se comprometido com um programa de ajuda aos bancos e à Grécia, mas criticou o fato de os dois países sinalizarem com uma solução apenas em 20 dias.


"Os europeus sempre demoram para dar as soluções e quando elas vêm, já chegaram tarde e eles precisam tomar mais medidas para dar conta deste problema", afirmou o ministro. Mantega deu ainda outra cutucada nos europeus, ao falar da atuação política econômica brasileira: "O Brasil nunca está parado, quem está parado são eles".

Mantega salientou que é preciso evitar que o atual quadro de crise se "agudize", trazendo de volta turbulências tão fortes quanto às vividas em 2008, na quebra do banco americano Lehman Brothers. "É preciso evitar que bancos e países quebrem", advertiu o ministro. Ele disse que o Brasil pode ajudar a Europa por meio do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Mantega disse que, embora o mercado financeiro tenha se acalmado, o momento é de volatilidade, demandando cautela. "Não acredito que tenhamos superado a crise", afirmou, destacando ser necessário que se aprove o fundo europeu de estabilização.

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