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Mantega celebra risco menor que EUA; mercado vê situação pontual

"Pela primeira vez na história, o risco Brasil é menor que o risco dos Estados Unidos", afirmou o ministro, referindo-se ao valor comparativo dos Credit Default Swaps

O CDS do Brasil de um ano fechou em 39,974 pontos-base, abaixo dos 40,349 pontos do norte-americano (Renato Araújo/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2011 às 13h54.

São Paulo/Brasília - O custo do seguro sobre títulos soberanos do governo dos Estados Unidos com prazo de um ano superou o do Brasil, fato comemorado nesta quarta-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"Pela primeira vez na história, o risco Brasil é menor que o risco dos Estados Unidos", afirmou Mantega a jornalistas, referindo-se ao valor comparativo dos Credit Default Swaps (CDS), proteção contra inadimplência do emissor, dos dois países.

Na véspera, o CDS do Brasil de um ano fechou em 39,974 pontos-base, abaixo dos 40,349 pontos do norte-americano.

Nesta quarta-feira, a situação já se invertia. Às 13h10, o mesmo papel brasileiro embutia prêmio de 40,701 pontos, enquanto o dos EUA apontava 40,481 pontos.

Os CDS de cinco anos, que têm mais liquidez, apontavam para um risco maior do Brasil que dos EUA. O papel norte-americano negociava a 112 pontos-básicos, enquanto o brasileiro operava a 52,7 pontos.

Os títulos de um ano, negociados no mercado de balcão, têm baixa liquidez e, por isso, podem enfrentar variações mais fortes.

Segundo profissionais do mercado, o aumento do custo dos CDS dos EUA está relacionado ao temor de investidores de que o Congresso do país não eleve o teto de endividamento. Se os parlamentares não derem o aval, o governo norte-americano poderia ficar inadimplente em agosto.

Diante disso, o custo do seguro de dívida dos EUA de um ano mantinha-se no nível mais elevado em mais de dois anos, após o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, e o presidente Barack Obama alertarem para as consequências econômicas caso o limite de endividamento não seja ampliado.

"Tecnicamente, o ministro (Mantega) está certo", disse José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.

"O discurso do Bernanke ontem foi uma coisa muito grave, não sei se as pessoas se deram conta." "Agora, não consigo enxergar esssa situação se mantendo...

E o problema é que, se os Estados Unidos quebram, o CDS do Brasil não vai resistir. Se você passar por uma mudança da moeda mundial, todos os CDS perdem sentido", completou.


André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, também afirmou que "rebaixar os Estados Unidos quer dizer rebaixar todo mundo ao mesmo tempo". Ele lembrou ainda que os CDS "não são uma medida perfeita" de risco.

Os títulos soberanos do Brasil e dos Estados Unidos têm algumas diferenças que afetam o cálculo do seguro, como o fato de que alguns papéis brasileiros pagam cupom semestral.

Até a crise financeira internacional, a medida mais usada para cálculo de risco soberano era o prêmio sobre os juros dos títulos norte-americanos. O chamado "risco Brasil", calculado sobre uma cesta de papéis soberanos, estava em 170 pontos-básicos <11EMJ> nesta quarta-feira, de acordo com o JPMorgan.

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São Paulo/Brasília - O custo do seguro sobre títulos soberanos do governo dos Estados Unidos com prazo de um ano superou o do Brasil, fato comemorado nesta quarta-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"Pela primeira vez na história, o risco Brasil é menor que o risco dos Estados Unidos", afirmou Mantega a jornalistas, referindo-se ao valor comparativo dos Credit Default Swaps (CDS), proteção contra inadimplência do emissor, dos dois países.

Na véspera, o CDS do Brasil de um ano fechou em 39,974 pontos-base, abaixo dos 40,349 pontos do norte-americano.

Nesta quarta-feira, a situação já se invertia. Às 13h10, o mesmo papel brasileiro embutia prêmio de 40,701 pontos, enquanto o dos EUA apontava 40,481 pontos.

Os CDS de cinco anos, que têm mais liquidez, apontavam para um risco maior do Brasil que dos EUA. O papel norte-americano negociava a 112 pontos-básicos, enquanto o brasileiro operava a 52,7 pontos.

Os títulos de um ano, negociados no mercado de balcão, têm baixa liquidez e, por isso, podem enfrentar variações mais fortes.

Segundo profissionais do mercado, o aumento do custo dos CDS dos EUA está relacionado ao temor de investidores de que o Congresso do país não eleve o teto de endividamento. Se os parlamentares não derem o aval, o governo norte-americano poderia ficar inadimplente em agosto.

Diante disso, o custo do seguro de dívida dos EUA de um ano mantinha-se no nível mais elevado em mais de dois anos, após o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, e o presidente Barack Obama alertarem para as consequências econômicas caso o limite de endividamento não seja ampliado.

"Tecnicamente, o ministro (Mantega) está certo", disse José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.

"O discurso do Bernanke ontem foi uma coisa muito grave, não sei se as pessoas se deram conta." "Agora, não consigo enxergar esssa situação se mantendo...

E o problema é que, se os Estados Unidos quebram, o CDS do Brasil não vai resistir. Se você passar por uma mudança da moeda mundial, todos os CDS perdem sentido", completou.


André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, também afirmou que "rebaixar os Estados Unidos quer dizer rebaixar todo mundo ao mesmo tempo". Ele lembrou ainda que os CDS "não são uma medida perfeita" de risco.

Os títulos soberanos do Brasil e dos Estados Unidos têm algumas diferenças que afetam o cálculo do seguro, como o fato de que alguns papéis brasileiros pagam cupom semestral.

Até a crise financeira internacional, a medida mais usada para cálculo de risco soberano era o prêmio sobre os juros dos títulos norte-americanos. O chamado "risco Brasil", calculado sobre uma cesta de papéis soberanos, estava em 170 pontos-básicos <11EMJ> nesta quarta-feira, de acordo com o JPMorgan.

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