Malan e FMI na ordem do dia, que começa com inflação alta

O mercado financeiro brasileiro -- que foi afetado pelo desempenho das bolsas americanas --, ainda tem uma chance de recuperação hoje (04/09): o resultado da pesquisa eleitoral Ibope, que consolida o empate de José Serra (PSDB/PMDB) e Ciro Gomes (Frente Trabalhista) em segundo lugar. Além disso, o ministro Pedro Malan divulgará os detalhes do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Ontem, o dólar fechou em alta de 1,27% e a Bolsa de Valores de São Paulo em baixa de 2,33%. Os dois mercados regiram ao nervosismo das bolsas americanas, que registraram grandes perdas depois da divulgação do baixíssimo índice de crescimento da indústria do país.

O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York caiu 4,10% e fechou com 8.307 pontos. Foi a pior queda em pontos percentuais desde a reabertura da Bolsa após os atentados terroristas de 11 de setembro do ano passado. O Nasdaq recuou 3,88%. O S&P-500, índice mais amplo que o Dow Jones, teve baixa de 4,16%.

A causa do mau-humor dos americanos foi o índice ISM, que mede o crescimento da indústria. O registro foi de 50,5 pontos em agosto, abaixo das expectativas dos analistas, que previam 51,6 pontos e igual ao do mês de julho. Qualquer leitura acima dos 50 pontos aponta expansão da atividade industrial; abaixo, retração.

O mercado financeiro dos Estados Unidos também está sendo pressionado pelas chances de uma guerra contra o Iraque - o que levaria a economia local e mundial a mais um ciclo de recessão.

No Brasil

Hoje, o ministro da Fazenda, Pedro Malan dará entrevista coletiva às 14h30 (horário de Brasília) para falar sobre o acordo com o FMI. Segundo o ministério, Malan será acompanhado de um representante do Banco Central (o presidente ou o diretor de política econômica do Banco Central). Analistas acreditam que Malan deverá anunciar um saque de 3 bilhões de dólares, a ser realizado na próxima sexta-feira, quando a diretoria executiva do Fundo assinará o acordo, que envolve 30 bilhões de dólares. Malan também deve dar os detalhes dos critérios de desempenho e das metas indicativas estipuladas no novo Memorando Técnico de Entendimentos (MTE).

Inflação

A Fipe divulgou agora de manhã o Índice de Preços ao Consumidor, que foi de 1,1% em agosto. Maior do que o de julho, que foi de 0,6% e menor que o da terceira quadrissemana de agosto, que foi de 1,08%. Segundo analistas, apesar do aumento do impacto dos reajustes de energia elétrica e taxa de água e esgoto neste resultado, o desconto na tarifa de ônibus urbano no dia 25/8 aliado à deflação dos preços dos combustíveis e o impacto da redução do IPI contribuíram para a ligeira desaceleração.

Para o mês de setembro, parte do mercado espera que o índice varie cerca de 0,6%, ainda pressionado por alguns reajustes de preços administrados.